Um desentendimento entre o Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde do Distrito Federal (Sindsaúde-DF) e a direção do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) foi parar na delegacia, na tarde desta quarta-feira (16/3). O motivo foi a distribuição não-autorizada de um jornal com ataques à diretoria do hospital.
Por volta das 9h, representantes do Sindsaúde chegaram ao HRT, supostamente autorizados a entregar agendas de anotação aos servidores. Mas o brinde vinha acompanhado pelo jornal da entidade, com uma matéria entitulada "Sindsaúde repudia lei da mordaça no HRT". O texto assinado pelo diretor Vander Borges Matos acusa Sônia Salviano, diretora do hospital, de punir servidores que teriam denunciado irregularides na instituição.
Segundo Marli Rodrigues, uma das diretoras do sindicato, o material foi recolhido pelo HRT. À tarde, ela diz ter ido ao local para reaver o material, quando começou a confusão. "Disseram que iriam devolver quando quisessem e se quisessem". Marli afirma ter sido ofendida pelos policiais. Entre outras acusações, os PMs teriam feito afirmações machistas e apologia à ditadura e à repressão violenta.
A vice-diretora do hospital, Márcia Tereza, conta uma versão diferente. "Eu estava em reunião quando os sindicais chegaram fazendo arruaça e barrando a minha passagem. Fiquei presa na minha própria sala", contesta. Márcia diz ter acionado a Polícia Militar para evitar prejuízos aos pacientes, temendo represália dos manifestantes.
Autorização é contestada por vice
Na 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), Marli disse ter uma autorização por escrito do hospital para distribuir as agendas e os exemplares de jornal. A informação também é contestada por Márcia. "Eles enviaram a solicitação e não aguardaram resposta, já chegaram entregando no dia seguinte", relata.
Márcia diz que o texto com ataques à direção não teria motivado a reação do HRT. "O Sindsaúde já publicou ataques muito piores sobre a gente, isso não diz muita coisa".
Com a chegada dos policiais militares, o tumulto cessou. Cinco diretores do Sindsaúde-DF e um gerente do HRT foram encaminhados à 12; DP. O delegado plantonista Fernando Celso começou a ouvir os envolvidos por volta das 19h, mas não confirmou se haverá indiciamento.