Reformas no pronto-socorro do Hospital Regional de Planaltina (HRP) fecharão a emergência da unidade a partir da próxima segunda-feira (14/3). As obras devem durar até julho e buscam solucionar problemas de infraestrutura. Além de reparos nas redes elétrica e hidráulica, no piso, na alvenaria, nas esquadrias, nas rachaduras e em infiltrações, a intervenção pretende resolver o armazenamento e distribuição de gases, que estariam em condições inapropriadas.
Segundo o diretor geral da regional de saúde de Planaltina, Maurício Crispim, mesmo prevista para acontecer no período em que há aumento de atendimentos na unidade, entre maio e julho, a reforma é inadiável. Os problemas da rede elétrica da unidade já teriam causado perda de aparelhos, como respiradores, além de transtornos em épocas de chuva. ;A água cai toda aqui dentro;, explica.
Para acomodar a procura pelo pronto-socorro do HRP, que varia de 585 a 777 por dia, a Secretaria de Saúde fez um acordo com os responsáveis pelas unidades de Santa Maria, Sobradinho e Paranoá. Os hospitais vão receber cerca de 100 funcionários de Planaltina para atender ocorrências urgentes em cirurgia geral, clínica médica, pediatria e ortopedia. ;Outros 16 servidores do quadro devem compor a equipe de emergencistas, que atuará 24h na unidade e devem atender entre 50 e 100 casos diariamente;, explica o Crispim.
Ocorrências não consideradas de urgência ou emergência, que, segundo o diretor, correspondem a 85% dos atendimentos do pronto-socorro, serão atendidas pelos cinco centros de saúde da região. Os demais serviços prestados à população, por meio de programas de saúde e acompanhamento do governo, não deverão ser prejudicados. ;A tendência, no entanto, é que, com a abertura de uma Unidade de Pronto Atendimento e possíveis cinco unidades básicas de saúde, o Hospital de Planaltina deixe de contemplar o que não é do pronto-socorro;, revela Crispim.
As vítimas dos acidentes de trânsito na BR-020, uma das mais violentas do Distrito Federal, geralmente são encaminhadas ao HRP para receberem os primeiros socorros e, nos casos mais graves, seguem de lá para o Hospital de Base. Com a redirecionamento dos pacientes, viaturas do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) terão de percorrer 20 quilômetros a mais, caso o destino seja o Hospital de Sobradinho ou 47 quilômetros, caso a vítima seja levada para o Paranoá, o que pode resultar em um atraso de no mínimo 30 minutos.
Cirurgias
De acordo com o diretor, durante os quatro meses de reforma, as salas usadas para enfermaria, internação e centro cirúrgico serão aproveitadas para a realização de operações. ;Fiquei horrorizado quando vi a lista: 598 pessoas aguardando, há quase três anos, cirurgias gerais e 169 ginecológicas;, conta o diretor. Os mutirões, previstos para começar em 21 de março, devem acontecer durante todos os dias da semana.