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Acusada de mandar assassinar marido é condenada a 30 anos de reclusão

O Tribunal do Júri de Samambaia condenou Ítria Lima de Carvalho Alves a 30 anos de reclusão. Os jurados consideraram a mulher mandante do assassinato do marido, o soldado do Corpo de Bombeiros Leonardo da Cunha Alves, com quem vivia há dez anos e tinha dois filhos. O crime aconteceu no dia 28 de janeiro de 2010, na QS 414 da cidade. O objetivo seria receber um seguro de vida do qual Ítria era beneficiária.

Iniciado na manhã da última sexta-feira, o julgamento terminou na madrugada de domingo (27/2). Além de Ítria, o tribunal reconheceu a participação de três pessoas no homicídio. Célio Juliano da Silva, 32 anos, e Júlio Andreza Neto, 22 anos, ajudaram a planejar o crime contrataram um adolescente, na época com 16 anos, para executá-lo. Célio e Júlio foram condenados a 6 anos e 4 meses e 14 anos de reclusão, respectivamente.

Durante o interrogatório, a ré confessou ter tido contato com os três, mas disse que o desejo dela era apenas dar uma surra no marido. Segundo ela, Leonardo a espancava com frequencia, era infiel e a obrigava a manter relações sexuais contra sua vontade.

Para o promotor Jéfferson Lima Lopes, titular da 3; promotoria do Tribunal do Júri de Samambaia, a versão de Ítria é "incoerente e falsa". Ele explica que ela nunca registrou nenhuma ocorrência contra o marido. A viúva alegava ter uma queimadura feita com ferro por Leonardo. Mas, no decorrer do inquéito, descobriu-se que a marca ocorreu ainda durante a infância. O promotor disse que a acusada não soube informar qual seria a finalidade do eventual susto.

"A promotoria ficou satisfeita com o resultado, tanto com a condenação de Ítria quanto a de Júlio. Com relação ao Célio,
pensamos em recorrer", esclarece Lopes.

O crime
Por volta das 0h20 do dia 28 de janeiro do ano passado, Leonardo Cunha saiu de casa para levar a esposa ao hospital. Ítria reclamava de fortes dores na cabeça. Quando o casal passava pela DF-475, em frente ao posto Texaco, um Golf verde bateu na traseira do Pálio dirigido pelo bombeiro. Dentro estavam o adolescente e um comparsa.

O adolescente desceu do carro e atirou contra Leonardo. O bombeiro foi atingido por três disparos: um na nuca, um no peito e outro nas costas. A vítima morreu na hora. Os dois acusados fugiram no veículo.

Os homens envolvidos no caso já possuíam passagem pela polícia. O menor também havia sido apreendido outras vezes por atos infracionais. A polícia trabalhou inicialmente com a hipótese de latrocínio, mas, apósuma denúncia anônima, começou a investigar a mulher e chegou ao desfecho do caso.