Jornal Correio Braziliense

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Agefis derruba 15 edificações em loteamento irregular no Riacho Fundo

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) derrubou, na quinta-feira (17/2), 15 edificações em um loteamento irregular no Setor Agrícola, no Riacho Fundo. A área da Chácara 16 é particular, mas foi fracionada ilegalmente em vários lotes, inclusive com divisão de água e com postes de energia instalados no padrão da Companhia Energética de Brasília (CEB).

As demolições tiveram início na manhã de ontem, mas acabaram interrompidas por causa de problemas no trator que realizava a ação. Os funcionários da Agefis só concluíram a demolição das construções por volta das 14h15, após resolver o defeito na máquina. Segundo a Agefis, todas as construções derrubadas estavam em situação irregular.

Durante a operação, advogados da Associação de Moradores da Chácara 16 tentaram impedir as derrubadas. ;Eu entrei com uma liminar para que as construções dos meus clientes não fossem demolidas. Não foi aceita em primeiro recurso. Entramos com um agravo. Agora é aguardar;, informou o advogado Jean Cléber Garcia, representante dos proprietários do loteamento.

A associação também reclamou de possíveis danos a materiais de construção. ;Este terreno é íngreme e argiloso. Por isso, às vezes o motorista precisa passar por um caminho alternativo e pode ser que haja dano a algum material, que muitas vezes são colocados até pelos proprietários para dificultar o acesso;, afirmou Luiz Freitas, supervisor da Diretoria de Operações da Agefis.

Reunião
A moradora de uma das casas colocadas abaixo chorou e reclamou durante a ação. ;São 15 anos de trabalho ali (na residência). Estou sem emprego. Todo o dinheiro que juntei está investido naquele lugar e vão chegar e simplesmente derrubar? Vou morar onde, debaixo da ponte?;, reclamou a mulher, que preferiu não se identificar.

No fim da tarde de ontem, moradores procuraram a Administração Regional do Riacho Fundo I e foram recebidos pelo diretor de Serviços da cidade, Aderaldo de Carvalho Silva. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, ficou evidente que há a necessidade de um canal de comunicação entre o administrador e os moradores afetados. Aderaldo afirmou que o administrador regional, Artur Nogueira, vai receber uma comissão de moradores para buscar uma solução para o problema.