Pela segunda vez em cinco meses uma força tarefa de órgãos do GDF realiza a derrubada de um supermercado da rede Tatico no setor P Norte, em Ceilândia. Cerca de 303 agentes da coordenada pela Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa) e composta pela Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops), Polícia Militar, Polícia Civil, Agência de Fiscalização (Agefis), Novacap, Coordenaria das Cidades, Corpo de Bombeiros, Companhia de Saneamento Básico do DF (Caesb), Companhia Energética de Brasília (CEB) e pelo Departamento de Trânsito (Detran) estão no local.
A autorização, segundo o diretor de fiscalização da Agefis, José Aírton Lira, era para que 128 m; fossem erguidos. No entanto, foi constatado que 5,4 mil m; estavam construídos ilegalmente. "Nós já viemos e fizemos a demolição pelos mesmos motivos em novembro de 2010. Depois uma liminar foi expedida e eles reconstruíram tudo. Nós conseguimos derrubar a liminar e agora voltamos aqui para demolir toda a invasão de área pública", explicou.
O Corpo de Bombeiro retirou os botijões de gás para evitar uma explosão e uma área de segurança foi demarcada para garantir a segurança dos vizinhos durante toda a operação. Além disso a parte de alvenaria já foi retirada e, no período da tarde, a estrutura de ferro será retirada. Ao contrário do que ocorreu em novembro, não há resistência de moradores e proprietários. Na época uma mobilização foi feita por alguns vizinhos que seriam prováveis funcionários do supermercado para tentar evitar a ação. Desta vez Abadia Tatico, filho do proprietário, recebeu a notificação com antecedência e estava ciente da demolição.
Vinte e oito caminhões e tratores vão fazer o carregamento de todo o material derrubado. "É um processo demorado, tendo em vista o tamanho desta invasão. Nós devemos ficar aqui até o final da tarde para concluir a ação. Nossos homens trabalham com tranquilidade para concluir o processo sem nenhum tipo de problema", disse Aírton Lira.
Primeira derrubada
No dia 25 de novembro de 2010, a mesma operação foi realizada pela Agefis. Na época, Abadia Tatico, filho do proprietário da rede, alegou ter feito o pedido para aumentar a área de construção, mas ainda não tinha recebido resposta da Justiça. Mesmo com o embargo da obra, expedido em 7 de outubro, a construção continuou e chegou a atingir uma área 43 vezes maior a permitida.
O prejuízo estimado pelo proprietário na época foi de R$ 4 milhões. Cerca de 30 moradores protestaram e entraram na obra para tentar evitar a derrubada, alegando que ali haveria possibilidade de geração de emprego para a comunidade local. Policiais Militares tiveram que intervir para dar continuidade na operação. No mesmo mês, uma liminar proibiu a Agefis de fazer derrubadas no local, bem como o proprietário de dar continuidade à obra.
Apreensão de materiais em janeiro
No dia 06 de janeiro de 2011 uma apreensão dos materiais utilizados na obra foi feita por cerca de 70 agentes da Agefis. Sacos de cimento, tubulações elétricas e de esgoto, cerâmicas e diversas máquinas foram colocadas em caminhões e levadas para o depósito de bens apreendidos da Agefis, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).