Jornal Correio Braziliense

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Partilha de vagas nas comissões ficou para a próxima semana

A partilha das vagas nas comissões permanentes, na ouvidoria e na corregedoria da Câmara Legislativa ficou para a próxima semana, assim como a divisão dos cargos da estrutura administrativa da Casa. Os deputados decidiram ontem seguir o rito regimental para preencher os lugares, mas as negociações políticas continuarão a todo vapor. Na disputa por espaço, os mais agraciados no Executivo levam desvantagem na Câmara, que acomodou parlamentares com indicações ínfimas no governo. Os contemplados na Mesa Diretora também perdem força ao barganhar as melhores cadeiras. A difícil tarefa nos dias seguintes será equacionar a vontade dos 24 distritais num universo restrito, cuja bandeira inicial será a de assepsia e funcionalidade.

A nomeação dos integrantes das nove comissões permanentes, por exemplo, aguardará o prazo de cinco dias a partir da publicação do coeficiente de proporcionalidade dos blocos partidários ; que deve sair hoje no Diário da Câmara. As forças partidárias que se uniram para eleger a Mesa Diretora foram mantidas, mas a liderança dos grupos poderá ser alterada como forma de estratégia. Assim, os distritais terão até terça-feira para indicar as 45 vagas das comissões. No mesmo dia, à tarde, será definido o presidente e o vice-presidente de cada comissão em plenário. Parlamentares que fazem parte do comando do Casa não poderão ser eleitos e o regimento proíbe que o distrital fique à frente de duas comissões.

A escolha do ouvidor e do corregedor também deverá ocorrer na próxima terça-feira, mas quem topar ser o investigador da Câmara receberá tratamento diferenciado dos demais. Os parlamentares sabem que terão que dar recompensas. O policial Wellignton Luís (PSC) demonstrou interesse em ocupar a cadeira caso receba a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O ;bônus; é cobiçado por vários distritais, como o petista Chico Leite (PT), que até agora não teve muito espaço no governo do próprio partido.

Paralelamente à distribuição das comissões, os deputados discutem o espaço na estrutura da Casa. A regra de que 50% dos 300 cargos serão destinados aos concursados deverá valer. Sobram, assim, 150 indicações para os 24 deputados. Se as coisas caminharem no rumo em que estão, cada parlamentar terá seis nomeações, mas a partilha normalmente é feita de acordo com o peso político de cada um. Dr. Michel (PSL) criticou esse tipo de critério comum nas legislaturas passadas. ;Eu tenho 120 quilos, portanto, tenho mais indicações;, brincou.