Para melhorar o acompanhamento dos pacientes do Programa Acidentes e Violência, a Regional de Saúde do Gama realiza, desde o início de janeiro, o chamado atendimento ambulatorial. O procedimento consiste em acompanhar o tratamento da vítima que chegou até a emergência do Hospital Regional do Gama (HRG) ou até a algum Centro de Saúde da rede com problemas relativos a violência. Segundo a coordenadora do programa, a enfermeira Loide Clementina, o programa vai analisar o caso, formas de tratamento, medicamentos, questões de convivência social e o reestabelecimento do paciente no dia-a-dia.
O programa existe desde 2003. No entanto, a enfermeira explica que até o ano passado, era realizado apenas o acolhimento e encaminhamento dos pacientes para outros locais de tratamento, como o Centro de Saúde 5 e os programas Violeta e Margarida, no Hospital Regional da Asa Sul (Hras) e Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Loide Clementina explica que primeiro era feito o acolhimento da vítima e o encaminhamento para uma sala onde ela recebia a chamada escuta qualificada, em que o paciente conta fatos da violência. Em seguida, passava por um fluxograma, que é uma série de exames relacionados ao fato, como por exemplo em casos de violência sexual, para verificar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Hepatites.
Com a mudança, o paciente vai continuar a ser encaminhado para tratamento específicos em outras unidades da rede. Mas, a enfermeira conta que, a partir de agora, eles serão acompanhados pela unidade. "Vamos ver justamente como está a pessoa e o que ainda pode ser feito. Também orientamos o paciente quanto aos seus direitos. O objetivo é fortalecer a vítima e prevenir para que não aconteça uma nova violência", afirma Loide.
Além da Regional de Saúde do Gama, outras entidades participam do projeto. É o caso das delegacias, Conselho Tutelar, Vara da Infância e da Juventude e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
O programa recebeu, em 2010, 266 notificações de todos os tipos de violência, já em 2009 o número foi de mais de 300. Destas notificações, só no ano passado, 38 foram atendimentos de mulheres em situação de violência sexual.