Jornal Correio Braziliense

Cidades

Megaoperação termina com mais de 200 pessoas abordadas nas ruas da cidade

Parte delas acabou detida por embriaguez ao volante e por porte de drogas

Uma megaoperação realizada no fim de semana em Santa Maria terminou com um saldo de 41 pessoas detidas, entre adultos e adolescentes. A força-tarefa, composta por 30 policiais civis, 30 agentes rodoviários federais e 21 comissários de segurança da Vara da Infância e Juventude (VIJ), abordou entre as 23h de sábado e as 6h de domingo mais de 200 pessoas em atitudes suspeitas. A maioria acabou surpreendida por embriaguez ao volante e por porte de drogas. Os focos da ação foram duas boates e um posto de gasolina às margens da BR-040.

Os detidos acabaram encaminhados para a 33; Delegacia de Polícia, em Santa Maria, e à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). As autoridades envolvidas na operação especial montaram um esquema para que, tanto nas boates quanto no posto, após a revista dos suspeitos, motoristas fossem liberados para irem embora. Dessa forma, os condutores eram parados novamente em blitzes organizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os condutores, assim, foram convidados a fazer testes de bafômetro. Cinco deles não passaram no exame por apresentarem sinais de embriaguez.

A força-tarefa também flagrou adolescentes nas duas boates de Santa Maria, que não tinham alvará para a liberação da entrada de menores de 18 anos. Vários deles consumiam bebidas alcoólicas. Os proprietários das casas noturnas vão responder pela irregularidade. ;Lavramos um auto de infração administrativa contra eles. Eles serão penalizados com multa de três a 290 salários mínimos cada um;, disse o supervisor de Apuração e Proteção da VIJ, Marcos Barbosa.

Segundo Barbosa, todos os adolescentes flagrados na madrugada de ontem estavam em situação de risco. Isso porque circulavam em locais onde havia tráfico de entorpecentes e consumo de bebidas alcoólicas. Os responsáveis por eles assinaram um termo de recebimento como forma de liberá-los da custódia da polícia. ;Todos eles foram advertidos sobre o local onde encontramos os jovens. Eles são responsáveis se algo acontecer a esses meninos;, lembrou o representante da VIJ.

Baderna
No posto de gasolina da BR-040, a mobilização contra o crime reuniu o maior número de ocorrências da noite. No local, policiais rodoviários federais encontraram pelo menos 100 pessoas aglomeradas. Com algumas delas, recolheram várias trouxas de maconha, papelotes de cocaína e pedras de crack. Para os agentes, traficantes teriam descartado os entorpecentes com a chegada da polícia. No local, alguns jovens também foram flagrados enquanto faziam sexo dentro de veículos. Cinco pessoas foram encaminhadas à 33; DP por porte de drogas. Além disso, duas adolescentes foram detidas por suspeita de prostituição.

O chefe do policiamento do 1; Distrito da PRF no DF, Marcelo Marra, a corporação tomou a iniciativa de pedir apoio à Polícia Civil na megaoperação de Santa Maria. ;Nós íamos realizar a Operação Alvorada com a Vara da Infância e da Juventude. No mesmo dia, eles realizariam a (operação) Abordagem Geral. Unimos as forças e potencializamos as duas operações;, explicou.

Na delegacia, policiais civis fizeram uma triagem dos detidos. Segundo o delegado adjunto da 33; DP, Sérgio Bautzer, os condutores flagrados pelo bafômetro pagaram fiança e voltaram para casa. Ainda assim, responderão a processo. ;Quem foi preso por porte de drogas pode pegar penas alternativas, que variam de cinco a 10 meses;, informou o delegado. Além disso, um oficial da Aeronáutica foi encaminhado à 33; DP por desacato a autoridade. Ele estava embriagado e, armado, recusou-se a se identificar aos policiais.

Proteção
O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera crime a venda ou o fornecimento gratuito de qualquer tipo de substância que cause dependência física ou psíquica para adolescentes. A pena varia de seis meses a dois anos.


Balanço

* 200 pessoas abordadas
* 31 adolescentes detidos
* 5 condutores flagrados dirigindo sob efeito de álcool
* 5 pessoas autuadas em flagrante por porte de droga


Espancado e morto

Três homens espancaram e mataram enforcado um homem no banheiro de um barraco em Águas Lindas (GO). O crime ocorreu na tarde do último sábado e ontem pela manhã dois dos acusados pelo homicídio triplamente qualificado acabaram presos em flagrante. Investigadores do município goiano seguem em busca do terceiro suspeito. Uma suposta agressão da vítima, identificada como Marcelo Martins Ferreira, contra um dos suspeitos teria motivado o assassinato.

Por volta das 15h de sábado, momentos após o crime, vizinhos acionaram a Polícia Militar de Goiás em razão do barulho na casa em que Marcelo vivia, no Conjunto 1 da Quadra 69, no Setor 9 do Parque Barragem. ;Ao entrar na residência, os policiais encontraram a vítima pendurada no banheiro, enforcada;, afirmou o delegado plantonista do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Águas Lindas, Felipe Rocha.

Encontrado sem documentos, o homem foi identificado pela polícia a partir de informações de conhecidos. Segundo o delegado, ele era morador de rua e morava de favor no local havia duas semanas. Testemunhas disseram que viram homens deixando o local após o crime e descreveram as roupas deles. ;Logo em seguida à chegada da PM, dois deles voltaram ao local;, contou o delegado. Suspeitos do homicídio, acabaram detidos o marceneiro Francisco Ferreira Sampaio, 44 anos, e o morador de rua Manoel Djailson dos Santos, 21.

O motivo do assassinato seria uma desavença ocorrida há alguns dias entre a vítima e um dos acusados. ;Um deles, o Francisco, teria sido agredido fisicamente há uns dois, três dias pelo Marcelo. Ontem (sábado), bebendo no bar, juntou mais dois amigos e resolveram se vingar;, afirmou Rocha. Ao entrar na residência do desafeto, o grupo iniciou as agressões. Devido aos golpes, Marcelo caiu desacordado. ;Em seguida, perceberam o que tinha acontecido e resolveram simular um suicídio;, acrescentou.

Buscas
Embora tenham deixado o local do crime, os agressores voltaram em seguida para se certificarem da morte. ;Quando viram a movimentação da PM, decidiram voltar para saber se ele havia morrido ou não, momento em que os policiais os detiveram;, detalhou Rocha. Levados ao Ciops de Águas Lindas, foram reconhecidos por testemunhas e confessaram o envolvimento no homicídio. Sem antecedentes criminais, ambos foram atuados por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de asfixia e impossibilidade de defesa da vítima. Se condenados, podem receber de 12 a 30 anos de prisão. A polícia identificou o terceiro suspeito.