Jornal Correio Braziliense

Cidades

Agnelo promete programa para eliminar a espera dos pacientes nos hospitais

O governador anunciou novas medidas durante a visita na unidade de Sobradinho

Durante a primeira quinzena do novo governo, o centro cirúrgico do Hospital Regional de Ceilândia voltou a funcionar. As cirurgias cardíacas do Hospital de Base também foram retomadas. No entanto, a lista de demandas para a saúde no Distrito Federal só aumenta. Em sua quinta visita a hospitais da rede pública, na manhã de ontem, em Sobradinho, o governador Agnelo Queiroz (PT) encontrou mais problemas. Obras iniciadas há 10 anos e ainda incompletas, um deficit de cerca de 300 profissionais na área de Saúde, além de equipamentos de última geração, encostados por falta de instalações físicas, entraram na lista de pendências a serem resolvidas pelo gabinete de crise.

Como solução, Agnelo prometeu dar continuidade à reforma da área maternoinfantil, que custará R$ 7 milhões, além de construir um bloco atendimento ambulatorial. A intenção é ganhar espaço, o que possibilitará, entre outras medidas, a expansão do pronto-socorro. ;A estrutura aqui é antiga. Não entra uma maca na sala de eletrocardiograma. São coisas absurdas que estamos aqui para resolver;, disse Agnelo.

A reposição do quadro de funcionários deve demorar um pouco mais. O prazo inicial para o lançamento do primeiro edital de concurso público da Secretaria de Saúde se encerrou ontem. De acordo com o secretário de Saúde, Rafael Aguiar Barbosa, o documento está pronto, mas só deve ser lançado nos próximos 15 dias. ;A gente espera um concurso amplo, para todos os profissionais. Queremos primeiro ter adesão e oferecer melhores condições de trabalho, que hoje são precárias e desumanas, para que os novos servidores fiquem na rede;, afirmou o secretário.

De janeiro a setembro de 2010, o Hospital Regional de Sobradinho realizou 258.461 atendimentos no pronto-socorro, além de 95.795 nos ambulatórios. O último número ultrapassa o atendimento do Hospital Regional de Ceilândia, maior cidade do DF. Apesar da grande demanda, o hospital conta com oito leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante a visita de ontem, Agnelo determinou a criação de quatro leitos semi-intensivos, a fim de ampliar o atendimento na UTI. ;A situação é grave. Nós temos que tomar algumas medidas estruturais para colocar o hospital para funcionar como, por exemplo, retirar unidades que estão dentro do hospital e que podem funcionar fora. Vamos fazer isso agora, sem precisar de reformas, com a otimização dos espaços;, afirmou o governador.

O hospital também possui há 19 meses um tomógrafo que nunca funcionou. Para colocar o equipamento em uso é necessária a criação de uma rede elétrica específica no hospital, que deve ser providenciada no próximo mês, de acordo com a Secretaria de Saúde. As obras estruturais serão desenvolvidas com base em um planejamento que ainda necessita de elaboração. ;Estamos contratando uma empresa que vai fazer o plano diretor de cada hospital. A área maternoinfantil do Hospital de Sobradinho, em construção há 10 anos, hoje não atende a necessidade da regional. Vamos evitar isso nas obras daqui para frente;, disse o secretário.

Mudanças
Para buscar restabelecer a normalidade da área de Saúde no Distrito Federal, o GDF trabalha com prazos. Para o fim de fevereiro estão previstos o edital para seleção da empresa que prestará apoio logístico à Farmácia Central, bem como a criação de uma central de compras do governo específica para a Saúde. ;Para a central de compras dependemos da contratação de 12 pregoeiros, hoje contamos com três. Esses profissionais têm de vir de fora do quadro e estamos negociando isso com o Ministério da Saúde;, afirmou o secretário de Saúde.

Nos próximos 50 dias, a expectativa é pela inauguração de quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que estão prontas em Samambaia, São Sebastião, Recanto das Emas e Núcleo Bandeirante. Segundo o governo, outras 10 unidades serão construídas até o fim do semestre, uma delas, inclusive, em Sobradinho II. ;Também vamos lançar em um período muito curto um programa para zerar as filas nos hospitais, mas para isso temos que poder fazer o remanejamento. Ainda não temos onde drenar esses pacientes;, explicou o governador.

De acordo com o secretário de Saúde, a intenção é que as consultas passem a ser marcadas como no sistema de telematrícula da Secretaria de Educação ; via telefone ou internet. ;Vamos tirar pacientes que não deveriam estar na porta do hospital e com isso evitar as filas. Esse é um processo que depende da liberação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) com quem vamos estabelecer um diálogo;, afirmou o secretário Rafael Aguiar.

Compromissos de governo
Nos primeiros 17 dias de gestão, o governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou as seguintes medidas para melhorar a saúde do DF:

Em 50 dias:
; Abrir quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Samambaia, São Sebastião, Recanto das Emas e Núcleo Bandeirante.

Em 80 dias:
; Abrir o terceiro turno de atendimento no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde serão tratados 100% dos pacientes de câncer do DF.

Outras medidas:
; Nomear aprovados em concurso que estejam no cadastro de reserva.

; Construir local para abrigar o acelerador linear doado ao HUB pelo Hospital Sírio-Libanês.

; Ampliar o pronto-socorro e a UTI do Hospital Regional de Ceilândia.

; Construir duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Ceilândia, nos próximos 100 dias.

; Construir um bloco para ambulatórios no Hospital Regional de Sobradinho.

; Em diferentes unidades hospitalares, construir um total de 40 leitos de UTIs neonatal, infantil e adulta.

; Construir mais um hospital no Gama em dois anos e meio.

; Construir outras 10 UPAs até o fim deste ano.