De cada três delegacias no Distrito Federal, duas vão mudar de chefia e de 10 unidades especializadas da Polícia Civil o comando em apenas duas será mantido. A nova diretora da instituição no DF, Mailine Alvarenga, deu uma sacudida no organograma da corporação. Mudou 60% dos postos-chave do órgão e se compromete com a repaginação perseguir a meta de tornar o DF a capital mais segura do país.
Na edição da última quarta-feira, o Correio adiantou 13 substituições que ontem foram confirmadas no Diário Oficial do DF (confira quadro ao lado). As mudanças foram feitas mesmo diante da resistência de grupos da polícia que temem perder poder na gestão de Mailine. Mesmo pressionada, a delegada deu uma mexida geral no órgão. Das 31 delegaciais, mudou o nome do titular em 21 delas. O motivo, a diretora expôs em entrevista à reportagem: ;A decisão de trocar delegados de setor tem o objetivo de oxigenar o trabalho deles para que deem sua contribuição em outra unidade. Isso já ocorreu antes;.
A própria Mailine reconhece que sofreu resistências, mas minimizou as insatisfações internas e atribuiu o desgosto a um sentimento intrínseco a transformações. ;Toda mudança causa certa insatisfação;, considerou. A ousadia da nova diretora da Polícia Civil teve mais que o respaldo de Agnelo Queiroz (PT). Trata-se de uma orientação do novo chefe do Executivo que com o apoio técnico do secretário de Segurança, o policial federal Daniel Lorenz, tentará neutralizar os grupos de influência dentro da corporação vinculados a ex-governadores.
Determinado a esvaziar o poder de alguns setores da polícia, o novo comando alçou para cargos de direção delegados que antes ocupavam postos menos visados e percorreu o caminho inverso, enviando profissionais antes alojados em funções estratégicas para áreas menos prestigiadas. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), o distrital Wellington Luiz, atribui a bronca dos delegados à forma como as trocas se deram. Segundo ele, todos os policiais foram exonerados com o decreto do governador em 1; de janeiro sem nenhum tipo de satisfação. Deixaram para trás, segundo argumenta, inquéritos em diferentes estágios.
Seis perguntas para Mailine Alvarenga, diretora-geral da Polícia Civil do DF
A que motivos a senhora atribui certas resistências internas a seu nome para o comando da polícia?
Essa pequena resistência é previsível. Toda mudança causa certa inquietação. O importante é que temos profissionais qualificados e que podem trabalhar nos mais variados postos da instituição.
A senhora substituiu delegados titulares das principais áreas da polícia e também trocou a chefia na maioria das delegacias. Qual a vantagem?
Somos uma polícia de referência no país, o que demonstra competência dos delegados. Para qualquer lugar que esses profissionais sejam mandados vão fazer um bom trabalho. Mas a e decisão de trocar delegados de setor tem o objetivo de oxigenar o trabalho deles para que deem sua contribuição em outra unidade. Isso já ocorreu outras vezes.
A Polícia Civil do DF é política?
Se ela é política, não sei dizer. Eu sei que sou apolítica. Somos um órgão responsável por promover a segurança pública. Tenho a meta de fazer do DF a capital mais segura do país. E para isso vamos precisar de contar com os olhos atentos da comunidade. Peço que as pessoas colaborem, liguem para o Disque-denúncia, procurem os conselhos comunitários. É uma responsabilidade de todos.
Quando voltaremos a ter sensação de segurança no DF?
O trabalho já começou, estamos na rua. Veja o exemplo no centro da cidade, na chamada cracolândia. Tivemos resposta de imediato.
O que muda na polícia com o fato de a instituição ser, agora, subordinada à Secretaria de Segurança?
Não é uma subordinação. Trata-se de vinculação. Nossa autonomia permanece. Ocorre que haverá uma coordenação operacional liderada pela secretaria, que passa a unir as estruturas para que a comunidade tenha respostas mais rápidas.
A senhora acha que existe preconceito por ser mulher e ter assumido a direção da Polícia Civil, órgão que nunca havia sido chefiado por um pulso feminino?
Pode haver, sim, casos isolados. Mas agora temos uma presidente da República, não é mesmo? Independentemente de ser homem ou mulher, o importante é o compromisso.
Troca-troca
Delegacias circunscricionais:
Watson Warmling ; Será mantido como titular da 1; DP (Asa Sul)
Marcelo Araújo ; Era adjunto da 2; DP (Asa Norte). Assume a unidade
Onofre de Moraes ; Deixa a 15; DP (Ceilândia) e assume a 3; DP (Cruzeiro)
Anderson Espíndola ; Era subsecretário do Sistema Penitenciário e assume a 4; DP (Guará)
Laércio Rossetto ; Será mantido como titular da 5; DP (Setor Bancário Norte)
Ricardo Yamamoto ; Deixa a 30; DP (São Sebastião) e assume a 6; (Paranoá)
Alberto Vieira Passos ; Deixa a 13; DP (Sobradinho) e assume a 8; DP (SIA)
Silvério Moita ; Será mantido na 9; DP (Lago Norte)
Adval Cardoso ; Era diretor-geral adjunto e assume a 10; DP (Lago Sul)
Selma Carmona ; Deixa a 10; (Lago Sul) e assume a 11; (Bandeirante)
Mauro Leite ; Era adjunto da 26; (Samambaia). Assume a 12; (Taguatinga)
Rogério Henrique Rezende Oliveira ; Era delegado plantonista da 35; DP (Sobradinho II) e assume a 13; DP (Sobradinho)
Guilherme Henrique Nogueira ; Deixa a Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado e assume a 14; DP (Gama)
Fernando Fernandes ; Deixa a 24; DP (Setor O) e assume a 15; DP (Ceilândia)
Marcos Antonio Naves de Oliveira ; Será mantido na 16; (Planaltina)
Josué Ribeiro da Silva ; Era adjunto da 21; DP (Taguatinga Sul) e chefiará a 17; (Taguatinga Norte)
Ingrid Rosário ; Será mantida na 18; DP (Brazlândia)
Manuel Santana ; Era adjunto da 19; DP (P Norte) e assume a unidade
Deborah Menezes ; Deixa a 8; DP (SIA) e assume a 20; DP (Gama)
José Carlos Brito ; Deixa a Delegacia do Meio Ambiente e assume a 21;
Marco Antônio de Almeida ; Deixa a 30; DP (São Sebastião) e assume a 23; DP (P.Sul)
Hailton da Silva Cunha ; Era adjunto da 24; (Ceilândia). Assumirá a unidade
Mauro Aguiar Machado ; Será mantido na 26; DP (Samambaia)
Alexandre Dias Nogueira ; Será mantido na 27; DP (Recanto das Emas)
Eneida Taquary ; Deixa a Academia de Polícia e assume a 29; DP (Riacho Fundo)
Maurílio Rocha ; Deixa o Depate e assume a 30; DP (São Sebastião)
Aelio Caracelli Junior ; Será mantido na 31; DP (Planaltina)
Pablo Aguiar Gomes ; Deixa a 6; e assume a 32; (Samambaia)
Edson Viana de Oliveira ; Será mantido na 33; DP (Santa Maria)
Wellerson Gontijo Vasconcelos Junior ; Será mantido na 35; DP (Sobradinho)
Cícero Jairo Monteiro ; Deixa a 21; e assume a 38; DP (Vicente Pires)
Delegacias especializadas
Rosana Gonçalves ; Deixa a Delegacia de Repressão e Pequenas Infrações (DRPI) e assume a diretoria do Departamento de Polícia Especializada (DPE)
Francisco Antônio da Silva ; Deixa a Delegacia da Criança e do Adolescente e assume diretoria do Departamento de Atividades Especiais (Depate)
Márcio Araújo Salgado ; Será mantido na Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco)
João Carlos Lóssio ; Sai da 11; DP e assume a Delegacia contra a Ordem Tributária
Raimundo Vanderly ; Deixa a 19; DP (P Norte) e assume o Departamento de Polícia Circunscricional (DPC)
Cláudia Alcântara ; Deixa a chefia da Assessoria Institucional e assume Corregedoria-Geral da Polícia
Nélia Vieira ; Deixa a Corregedoria e assume diretoria da Academia de Polícia
Mabel Alves Correa ; Será mantida na Corvida
Jefferson Lisboa ; Deixa a 4; e assume a Assessoria Especial de Assuntos Institucionais
Mônica Ferreira Loureiro ; Deixa a 2; DP e assume a Deam