Jovens que sonham atuar no mercado de trabalho como especialistas na área espacial terão, a partir de 2012, a oportunidade de cursar a primeira graduação em engenharia aeroespacial da Universidade de Brasília (UnB). O projeto para a criação do curso foi montado por uma comissão de professores da Faculdade de Tecnologia e do Instituto de Física e deve ser implantado no câmpus UnB Gama. Para tanto, será necessária a aprovação do Decanato de Ensino de Graduação da universidade. No Brasil existem poucos cursos na área, sendo que os específicos são de pós-graduação. Este seria o primeiro curso de ensino superior para formação de engenheiros aeroespaciais ainda na graduação.
O curso da UnB será montado em cima da grade das outras quatro engenharias oferecidas no câmpus. Alessandro Borges, diretor da UnB Gama, afirma que a relação custo-benefício torna a graduação viável.
;O corpo docente seria todo aproveitado, necessitando da contratação de cerca de 10 novos professores. Quanto ao investimento em instalações e laboratórios, isso poderia ser feito gradativamente, já que os alunos entrariam em disciplinas específicas apenas nos últimos anos de curso;, explicou.
Pedro Luiz Caled Dacas, 22 anos, sempre quis trabalhar com desenvolvimento de foguetes. Mania de criança que virou profissão. Prestes a se graduar em engenharia mecânica pela UnB, Caled faz parte de um grupo de estudo para pesquisa de otimização de foguetes híbridos. É esforço redobrado para atuar na carreira tão pretendida.
;Assim como eu, quem depende das ofertas de curso para trabalhar com foguetes e estudos aeroespaciais fica limitado, tem que correr atrás de cursos fora de Brasília.
Conheço muita gente com a mesma paixão que não sabe por onde começar;, comenta. Pedro acredita que o Brasil está entrando em uma nova fase de investimentos em pesquisa para o espaço e que a criação desse curso é essencial.
Mercado
Segundo Antônio Bertachini Prado, doutor em engenharia espacial e coordenador dos cursos de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mercado é promissor para profissionais que se especializam no planejamento e na execução de lançamento de veículos espaciais, como satélites e foguetes. ;No entanto, a oferta de profissionais ficará pequena com o passar dos anos. A maioria dos profissionais que atuam nessa área hoje é de matemáticos, físicos e engenheiros com mestrado ou doutorado em aeroespacial. Faltam cursos que preparem e orientem desde cedo;, comenta. Ele explica que o Inpe prevê, para os próximos 10 anos, o aumento gradativo das missões espaciais.
Carlos Alberto Gurgel, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB, explica que a instituição trabalhará para diminuir esse deficit. ;A UnB possui a cultura do estudo aeroespacial arraigada nos cursos de engenharia e vem formando profissionais direcionados a essa área. Queremos nos valer dessa cultura para criar o curso, investir em nossos cientistas e expandir a área de pesquisa da instituição;, adianta.
Para estudar o espaço
; Universidades e instituições de pesquisa oferecem cursos de astrofísica, ciências do sistema terrestre, computação aplicada, meteorologia e graduações nas áreas de física, química e engenharias. Se aprovado, o
curso de engenharia aeroespacial da UnB será o primeiro do Brasil
São Paulo
; Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe) ; pós-graduação
; Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) ; graduação e pós-graduação
; Universidade do Vale do Paraíba (Univap) ; graduação e pós-graduação
; Universidade Federal do ABC (UFABC) ; graduação
; Universidade de São Paulo (USP) ; graduação e pós-graduação
Minas Gerais
; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ; graduação
Rio de Janeiro
; Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ; graduação e pós-graduação
Paraíba
; Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) ; graduação e pós-graduação
Rio Grande do Sul
; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ; pós-graduação
; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ; graduação e pós-graduação
Fonte: Agência Espacial Brasileira