Os estudos que apontarão as soluções para tapar o buraco no Km 24 da BR-060 chegaram às mãos dos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Mas, se depender das condições climáticas, o precipício de 30m de profundidade e 60m de extensão permanecerá aberto por muito tempo. A restauração da rodovia só começa, de fato, depois que as chuvas derem trégua. Por enquanto, as equipes preparam o terreno para receber as obras, com a abertura das pistas em que as máquinas circularão.
A situação está sob controle, segundo o Dnit. Os especialistas do órgão começaram a analisar a sondagem do Km 24 da BR-060, entregue ontem pela empresa que executa o contrato emergencial de R$ 10 milhões. O Correio apurou que, de acordo com o documento, os subsolos do trecho ainda têm pontos de alagamento, decorrentes da mina d;água localizada nas imediações do buraco. ;O importante é resolver a drenagem do terreno;, explica o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot.
Mesmo com a proximidade do desfiladeiro com o desvio por onde passam os carros ; a distância é de cerca de 10m, os técnicos da obra asseguram não haver riscos para os condutores que se aventuram na região. Os coordenadores do serviço afirmam que toda a área comprometida foi derrubada. Terminou ontem a instalação da lona que cobre as encostas da cratera e impede o contato das chuvas com a terra. Com isso, segundo a equipe, as enxurradas perdem força e novos deslizamentos serão evitados.
Atrasos
Apenas carros de passeio, motocicletas, ônibus comuns e caminhões leves têm autorização para cruzar a estrada pelos dois desvios que a margeiam desde a última sexta-feira. As carretas pesadas e os ônibus de viagem poderão usar os atalhos somente quando uma capa resistente for instalada no solo. Mas as tempestades têm atrasado o serviço.
Enquanto isso, a estrada improvisada ao lado do buraco, usada pelos motoristas que saem do Distrito Federal em direção à capital goiana (veja arte), dispõe de uma camada fina de britas. Várias depressões surgiram ao longo do caminho de 150m e a velocidade máxima no trecho é de 20km/h. Sem se comprometer com prazos, o diretor-geral do Dnit afirma que o local vai receber uma camada de asfalto assim que houver um período de estiagem na região. Assim, os veículos pesados poderão trafegar pelo trecho.
Travessia
Outro ponto da BR-060 corre o risco de desmoronar, no sentido de Rio Verde. De acordo com a Superintendência Regional do Dnit no estado, a estrutura da ponte sobre o Córrego Taquaral, entre Goiânia e Abadia de Goiás, está ameaçada. Segundo o órgão, com a época chuvosa, o curso d;água tem transbordado e comprometido a fundação da estrada. Como o trecho passa atualmente por uma duplicação, o Dnit pediu prioridade no ponto comprometido. A travessia será suspensa para evitar que as águas do córrego voltem a atingi-la.
Eu acho...
;A população de Alexânia tem sentido os efeitos negativos dessa cratera. Faço frete de materiais de construção para Brasília e há uma semana não posso trabalhar. Como meu caminhão não pode passar pelo desvio, teria que gastar com combustível quase o mesmo valor que recebo para fazer uma viagem. Até para passar com carro é ruim. O desvio está cheio de buracos.;
Cláudio Bernardes Leite, 35 anos, autônomo, morador de Alexânia
Ponte é arrastada pela água na GO-070
A ponte que passa sobre o Rio das Pedras desabou na GO-070. Na madrugada de ontem, a travessia foi arrastada pelas águas no trecho que fica a 90km de Goiânia e a 300km de Brasília. Ninguém se feriu. O trânsito foi interrompido no trecho entre a capital goiana e Goiás Velho. As equipes da Agência Goiana de Transportes e Obras fazem os reparos na região.
Os motoristas que saem de Goiânia rumo a Goiás Velho devem evitar passar pela GO-070, na saída de Itaberaí (GO). Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o desvio estava sendo feito pela GO-156, em Itapuranga (GO), mas outra ponte desabou no local. Agora, a corporação orienta os motoristas a viajarem pela GO-060, na saída para Trindade, e seguirem pela GO-326 e pela GO-164, no sentido Sanclerlândia.
Outro ponto da GO-070, que passa pela cidade de Itauçu, também está interditado. O nível do Rio Meia Ponte subiu por conta de um temporal e encobriu a ponte no Km 62. Além dos pontos onde não há mais asfalto, há outros riscos para os motoristas. ;Na GO-070 e na GO-080, houve queda de barreiras e há lama na pista em vários trechos;, alerta o capitão Tairo Ciloe, comandante da PRE.
Na GO-154, houve erosão na ponte nas proximidades de Sanclerlândia. No Km 25 da GO-174, entre Rio Verde e Montividiu, o tráfego é feito em meia pista também devido à erosão. Segundo o capitão Ciloe, chove forte na região desde o fim do ano. ;De ontem (segunda-feira) para hoje (ontem), tivemos muito trabalho. Muitos policiais tiveram de dobrar o turno para ajudar os motoristas;, explica Ciloe.
Acidente fatal na BR-070
; Dois carros bateram de frente no Km 25 da BR-070, por volta das 8h de ontem, entre Águas Lindas (GO) e Girassol (GO). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Lauzino Teixeira Coelho, 62 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. Outras três pessoas se machucaram no acidente. No trecho, segundo a corporação, existe uma curva acentuada que causou vários acidentes. Além disso, na hora da colisão, havia neblina no local, o que prejudicava a visibilidade dos condutores. A perícia foi feita e o ponto, liberado. Depois da cratera que se abriu no caminho de Alexânia, segundo a PRF, o fluxo de veículos duplicou na BR-070, uma das rotas alternativas para Goiânia.