Por mais que o buraco no Km 24 da BR-060 tenha atingido proporções cada vez maiores em menos de uma semana, os responsáveis pelas obras garantem que a situação da estrada não fugiu do controle. A cratera, que até o fim da semana passada media 40m de extensão, agora chega a cerca de 60m. Em uma briga contra as forças da natureza, os técnicos da empresa que presta serviços para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) começaram ontem uma força-tarefa para impedir que as chuvas causem outros desmoronamentos na região.
O desvio de quem sai do Distrito Federal em direção à capital goiana fica ao lado do buraco (veja arte). Desde o fim de semana, mais pedaços do asfalto cederam e, com isso, o penhasco se aproximou da rota alternativa. A equipe cogitou a necessidade de desativar a pista improvisada, mas ontem descartou a ideia. O engenheiro que conduz as obras preferiu permanecer no anonimato e afirmou que a área comprometida da rodovia já desabou. De acordo com ele, no entanto, tempestades têm força suficiente para ocasionar novos deslizamentos.
As chuvas são o maior empecilho aos trabalhos na região e, ontem, o tempo ficou fechado durante todo o dia na BR-060, no trecho a 8km do município de Alexânia (GO). Quando as precipitações davam uma trégua, os operários aproveitavam para fazer o que podiam na tentativa de contornar a situação.
As bordas comprometidas do buraco foram derrubadas pelas escavadeiras da empresa que assumiu o contrato emergencial do Dnit. As máquinas transformaram o abismo em rampas, que facilitarão o escoamento da água. Uma lona cobrirá o terreno para evitar que a superfície fique úmida e volte a comprometer a pista.
Reconstrução
Por enquanto, a restauração não começou. A previsão é de que a reconstrução da via dure até seis meses e custe R$ 10 milhões. Os serviços dependem de um estudo de sondagem do terreno que deve ficar pronto hoje, mas pode atrasar. Enquanto isso, a população é quem paga. Gerente de um posto de gasolina da região, Eduardo Ribeiro afirma que, depois de abertura do buraco, o movimento no estabelecimento caiu em 30%. ;O faturamento tem diminuído. Muita gente escolhe outros caminhos porque não quer passar pelo trecho de lentidão;, constata.
A queda no movimento a que Eduardo se refere aumenta com as restrições de tráfego na área. Apesar de inaugurados na última sexta-feira, os desvios não comportam caminhões de carga que pesam mais de 7 toneladas e ônibus de viagens. Esses veículos ainda têm de usar as rotas alternativas, pela BR-070 ou pela
BR-040. ;Grande parte do caixa da empresa vem dos caminhoneiros que fazem entregas nas cidades vizinhas;, explica Eduardo.
Os técnicos que conduzem os reparos afirmam que não há estimativa de quando os veículos dos dois tipos poderão passar pelos atalhos. Até a segunda ordem, só circularão pelos desvios carros de passeio, motocicletas, caminhões leves e ônibus de transporte coletivo.
Os contratempos na rodovia levaram a Polícia Rodoviária Federal a intensificar a fiscalização. Vinte e cinco agentes que trabalharam na cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff foram deslocados para a BR-060. O Dnit também monitora a situação nos desvios em ambos os sentidos.
Lei seca flagra 25
; De 31 de dezembro até ontem, as blitzes do Detran-DF autuaram 25 pessoas que infringiam a lei seca ao dirigir pelas ruas da cidade sob efeito de álcool. Do total, quatro condutores foram encaminhados a delegacias de polícia porque o teste do bafômetro registrou concentração de álcool maior do que 0,3mg por litro de ar expelido. Nas operações, as equipes do Detran e da Polícia Militar apreenderam 86 veículos, dos quais 24 eram motocicletas. As infrações mais comuns foram falta de licenciamento, de documentos obrigatórios e de carteira de habilitação.
Mais mortos e feridos
Fim de ano violento nas rodovias que cortam o DF. Entre 30 de dezembro e 2 de janeiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou cinco mortes e 36 feridos em 49 acidentes. Os números são maiores do que os registrados no mesmo período de 2009, quando quatro pessoas morreram e 23 ficaram feridas em 30 ocorrências. As chuvas, a imprudência dos motoristas e o aumento de fluxo de carros nas estradas por conta da posse presidencial são, segundo a polícia, os principais motivos para o incremento da triste estatística.
Dois acidentes com morte ocorreram no último dia de 2010 e outros dois em 1; de janeiro. Em um deles, na BR-020, duas mulheres morreram. As vítimas estavam em um veículo que parou na altura do km 48 da estrada, onde há um buraco próximo à ponte. O carro que vinha atrás colidiu com o veículo, que com o impacto atingiu uma carreta mais à frente.
A PRF pede atenção aos motoristas que trafegam pela malha rodoviária que corta o DF. O inspetor da PRF André Luís Alves ressalta o Km 48 da BR-020. Segundo ele, o buraco que há próximo à ponte torna o trecho perigoso.