No tarô, 11 é a carta da força, mas há versões mais recentes nas quais ela é a representação do imperador. Na numerologia, 11 é o número da revelação, da intuição, da vanguarda, da nova era. Para celebrar o ano de 2011, o Correio visitou 11 casas de número 11 em 11 regiões administrativas para saber dos projetos de vida dos brasilienses que têm o décimo-primeiro número na porta de casa. Parecia fácil encontrar casas de número 11, mas não foi bem assim: no Cruzeiro, na Asa Norte e em boa parte da Asa Sul não existem moradias de número 11. A numeração dos endereços começa pelo número 3 ou 4 e seguem de seis em seis números. Ou seja, casa 3, casa 9, casa 15 e assim sucessivamente.
A carta 11 dos tarôs clássicos ;representa a nossa necessidade de manutenção do intuitivo para que se possa transcender;, como explica o tarólogo João Rafael Torres. Há tarôs mais modernos, Torres informa, em que o 11 é a carta do imperador, que representa o princípio da razão, e ;nos desperta para o foco, enfatiza o pensamento;. Porém, se aplicado em exagero, esse recurso pode ser tornar autoritário.
Para 11 moradores de casas 11 de Brasília, o ano 2011 será destinado, basicamente, a um objetivo: a compra da casa própria. Para quem ainda não tem carro e para quem, como o motorista Boaventura Rocha Araújo será um ano para trocar de veículo, o que ele acha necessário, apesar de ser proprietário de um impecável Gol vermelho 2008.
O projeto mais importante do servente de pedreiro Agostinho Campos para 2011 é reatar o casamento com a Ivany. Desde às vésperas do réveillon que Agostinho tentava se aproximar da ex-mulher. Ele passou a quarta-feira da semana passada peneirando areia para o reboco da casa de Ivany em Sobradinho II. Mas, até então, ele não havia conseguido convencer a ex a aceitá-lo de volta. ;A fila anda;, ela avisou, e ele fez de conta que não ouviu. Bem longe dali, no Lago Sul, a servidora pública aposentada Maria Helena Prado anunciava seus projetos para este ano: conhecer novos mares, no Brasil, na Turquia e no Egito. Como dizia o poeta, há sempre um copo da água para quem quer navegar.
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