Jornal Correio Braziliense

Cidades

Delegada que investiga crime da 113 Sul vai cruzar informações telefônicas

A delegada Mabel de Faria, da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), tem se dedicado ao estudo das peças mais recentes do inquérito que apura as mortes do casal José Guilherme Villela, 73 anos, e Maria Carvalho Villela, 69, e da principal empregada deles, Francisca Nascimento da Silva, 58. A policial espera fazer ainda nesta semana o cruzamento de dados das chamadas de celulares originadas pelos supostos criminosos com as informações das estações rádio-base (ERBs). Na semana passada, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) anunciou que pediria a quebra de sigilo telefônico dos homens presos. Mabel quer confirmar se os homens estiveram na 113 Sul no dia do crime, 28 de agosto de 2009.

Ontem, a delegada recebeu as visitas do promotor Maurício Miranda e do advogado Rodrigo de Alencastro, da equipe de defesa da filha do casal assassinado Adriana Villela. A mulher já foi indiciada por participação no homicídio dos pais. Em seu depoimento à Corvida, o assassino confesso, ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul Leonardo Campos Alves, 44 anos, acusa Adriana de ter pago US$ 27 mil e dado joias a ele para fazer o serviço. Alencastro explicou que esteve na Corvida a fim de conseguir uma cópia do laudo de uma impressão digital de Adriana, que o Instituto de Identificação da Polícia Civil concluiu com especialistas da Universidade de Brasília (UnB).

Segredo de Justiça
O promotor Maurício Miranda, por sua vez, deixou a unidade especializada com um pacote contendo cópias da investigação realizada pela 8; Delegacia (SIA) ; responsável pela prisão de Leonardo em Montalvânia (MG). Miranda contou que entregará o material para os colegas do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial do MPDFT. Segundo uma fonte policial ouvida pelo Correio, o documento aponta algumas irregularidades praticadas pela equipe da delegada Deborah Menezes, chefe da 8; DP. ;Ela usou o serviço de investigação da Polícia Militar, a P2, em Montalvânia, o que é ilegal do ponto de vista da Polícia Civil do DF;, disse a fonte. A reportagem procurou a delegada, mas ela não retornou as ligações.

Miranda também afirmou que pedirá a volta do segredo de Justiça para a investigação do triplo homicídio. O pedido teria partido do próprio diretor da Polícia Civil, Pedro Cardoso, que estaria contrariado com a publicidade que o caso ganhou ultimamente. A defesa de Adriana prometeu que vai recorrer se as informações forem bloqueadas por decisão judicial.