O Ministério Público do Distrito Federal tornou a declarar confiança e apoio ao trabalho da delegada da Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Mabel de Faria. E, mais uma vez, o promotor Maurício Miranda, do Tribunal do Júri de Brasília, afirmou categoricamente que a filha do casal assassinado, Adriana Villela, tem envolvimento na morte dos pais. ;A prova contra Adriana é robusta e incontestável;, afirmou.
[SAIBAMAIS]A coletiva no Ministério Público ocorreu após a seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se pronunciar sobre a investigação do triplo assassinato ocorrido na 113 Sul (leia reportagem ao lado). Miranda ratificou a necessidade de se conferir o trabalho paralelo realizado pela equipe da 8; Delegacia de Polícia (Setor de Indústria e Abastecimento), que descobriu supostos autores do crime que ocorreu em 28 de agosto do ano passado. ;É preciso checar as datas em que os culpados estiveram em Brasília e os depoimentos que deram. Confio na apuração da Corvida, com a qual trabalhei em muitos casos;, disse Miranda.
O promotor também classificou o trabalho paralelo da delegada Deborah Menezes como ;irregular; e, no mínimo, ;estranho;. E explicou: ;O fato de ela (Deborah) não ter comunicado ao MP, à Corvida e muito menos ao diretor (da Polícia Civil) Pedro Cardoso sobre a investigação é uma violação do Estado Democrático;.
Processo judicial
Sobre a manifestação de uma ala da OAB/DF de pedir o encerramento do processo judicial contra Adriana, em tramitação no Tribunal do Júri de Brasília, o promotor ironizou: ;É normal o fato de advogado defender a categoria. Com certeza, a Ordem não teve acesso ao inquérito. Por isso, defende a suspensão da ação. Puro desconhecimento do processo;, explicou. Ontem, Eduardo Toledo, representante da OAB/DF que acompanha as investigações, defendeu que o processo contra Adriana seja paralisado em função da nova linha de investigação da 8; DP.
Para o MP, trata-se de mais uma ;manobra; para atrapalhar o trabalho de Mabel de Faria. ;A gente sabe que situações estão sendo criadas para atrapalhar o processo. O que a polícia e o MP querem saber é de quem é a intenção de atrapalhar as investigações;, disse. O promotor também cobrou agilidade da Corregedoria da Polícia Civil sobre os procedimentos que serão adotados contra a delegada exonerada da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) Martha Vargas e sua equipe de policiais que foram acusados de plantar a chave que abre uma das portas do apartamento das vítimas na casa de dois dos três moradores de Vicente Pires. ;Até hoje, estou aguardando;, cobrou Miranda. O Correio procurou o diretor Pedro Cardoso e delegada Deborah Menezes, mas os dois não retornaram as ligações.