Jornal Correio Braziliense

Cidades

Câmeras vão deixar o campus da UnB mais seguro em 2011

A partir do próximo semestre letivo, câmeras vão monitorar áreas estratégicas da universidade. Além disso, uma parceria com a Polícia Militar prevê rondas motorizadas e abordagem de suspeitos. A iluminação também será reforçada, ao custo de R$ 1,8 milhão

A sensação de insegurança levou a direção da Universidade de Brasília (UnB) a transformar o câmpus num big brother. No próximo semestre letivo, câmeras vigiarão os estacionamentos e outros pontos públicos da instituição de ensino. Para colocar um freio nos sucessivos episódios de violência, a prefeitura estabeleceu ainda ;pacto de cooperação; com o 3; Batalhão de Polícia Militar. O acordo promete intensificar as rondas motorizadas e a abordagem de pessoas em situações suspeitas. Até o fim do ano, uma reunião deve definir se a colaboração vai virar um convênio formalizado.

O processo de compra dos equipamentos de vídeo tem de terminar até o mês que vem. A UnB ainda não fechou o número de câmeras que passarão a fazer a parte da rotina dos alunos, nem quanto custarão. O prefeito dos câmpus, Paulo César Marques, adianta que a tecnologia vem da Fundação Universidade de Rio Grande (Furg). ;O projeto distribui os equipamentos em áreas estratégicas, como os caminhos mais comuns das pessoas;, explica. Finalizada a aquisição, o material passará por teste e, segundo as estimativas, começará a funcionar no início das aulas de 2011.

Casos de estupros e roubos assustam a comunidade acadêmica (veja Memória). De janeiro a junho deste ano, a Coordenadoria de Proteção ao Patrimônio (CoPP) da universidade registrou 70 ocorrências de furtos ; 37 dentro de carros estacionados e 33 nos departamentos das faculdades. A articulação com as polícias Civil e Militar e com outros órgãos de segurança pública tem o objetivo de diminuir os crimes no perímetro do câmpus. ;O policiamento aumentou na universidade e houve uma sensível redução nos níveis de violência;, observa Marques.

Enquanto as câmeras não chegam, os alunos enfrentam todos os tipos de contratempos. Há um mês, a estudante de engenharia florestal Camila Ferreira, 18 anos, teve o celular furtado. A universitária estava sentada em um banco, por volta das 10h. ;Coloquei a mochila do lado e fiquei estudando. De repente, várias pessoas passaram na minha frente. Quando olhei para o lado, o zíper estava aberto e o celular não estava mais lá;, descreve. Camila acredita que os aparelhos de vídeo evitarão situações semelhantes. ;Não vão tirar a liberdade de ninguém, só vão inibir os ladrões;, justifica.

Iluminação
A direção da UnB investe em outras obras para garantir a tranquilidade de alunos, professores e funcionários. Aproximadamente R$ 1,8 milhão custeia a revitalização da iluminação de vários pontos da universidade. Agora, os postes integram o caminho entre o Minhocão e a Biblioteca Central e entre a Reitoria e o Centro Olímpico. Áreas como os estacionamentos das alas Sul e Norte devem ser contempladas nos próximos meses.

O serviço contabiliza a instalação total de 1.211 lâmpadas, 822 luminárias e 483 postes. Os técnicos colocarão o material nos passeios que cruzam o câmpus e substituirão os globos da Praça Maior por postes com potência superior. Além da iluminação, a UnB prevê a construção de 13 quilômetros de ciclovias, que depende de aprovação e deve custar R$ 3,5 milhões, e a implantação de 3 mil metros quadrados de calçadas, com orçamento previsto de R$ 2,9 milhões.

MEMÓRIA
Roubo e estupro

Um homem de barba e cabelos castanhos roubou, em 7 de julho, dois laptops e uma minifilmadora da UnBTV, no subsolo do Minhocão. As câmeras do circuito interno flagraram o furto, que ocorreu por volta das 20h. A direção da universidade estimou o prejuízo em R$ 4 mil. Na época, as investigações apontaram que o rapaz visto nas imagens tem passagens na polícia por furto, ameaça e injúria. Além disso, teria atuado da mesma maneira em departamentos da Câmara dos Deputados.

Na noite de 15 de março, uma estudante de 23 anos do 4; semestre de letras sofreu um estupro, quando voltava para casa. O homem a surpreendeu quando ela esperava o ônibus nas imediações da universidade, no ponto da 606 Norte. O criminoso arrastou a jovem para um matagal ao lado da Casa Thomas Jefferson. De acordo com relatos dos próprios estudantes, a moça violentada teria deixado de frequentar o câmpus depois do ocorrido.