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Polícia do DF ainda não tem autorização para transferência de comparsa

A Polícia Civil do DF quer transferir para a capital federal Paulo Santana, que está preso em Montalvânia (MG), mas ainda não obteve autorização da Justiça. Ontem à tarde, o delegado Aluízio Mesquita, chefe do 11; Departamento da Polícia Civil mineira, disse que, como Paulo cumpre prisão preventiva no município, por ter cometido um latrocínio na cidade, em qualquer circunstância, só poderá deixar o município mediante ordem judicial. ;Tudo vai depender de um contato de um juiz ou juíza de Brasília com a Justiça de Montalvânia;, afirmou. Atualmente, a comarca da cidade mineira está vaga, sendo atendida por uma juíza substituta de Manga, uma localidade vizinha distante 60km.

O delegado Aluízio Mesquita lembrou ainda que nos casos em que uma pessoa está presa em determinado estado e responde também por crimes cometidos em outro, é de praxe que o seu deslocamento seja feito somente mediante autorização judicial, para facilitar o andamento processual. ;Existindo a autorização judicial, o preso poderá ir a Brasília, participar de audiências e oitivas (depoimentos) lá e depois retornar a Montalvânia;, afirmou. Questionado sobre uma transferência definitiva do detento para uma prisão do Distrito Federal, ele ressaltou que isso também depende de autorização da Justiça.

Parentesco
Leonardo Alves, o ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul, considera Paulo como seu sobrinho. Mas, segundo a polícia, o parentesco de Paulinho, como é tratado, é com a ex-mulher de Leonardo, cujo primeiro nome é Dalila. Ela também mora em Montalvânia. Paulo Santana está preso preventivamente na cidade mineira desde 14 de julho deste ano, depois de ter cometido um latrocínio. De acordo com a Polícia Civil de Minas, ele matou a pedradas um cozinheiro de uma empreiteira que fazia as obras de recuperação da estrada de terra na região para roubar o salário do trabalhador. Mas a vítima, segundo depoimento do tio de Paulinho, foi assassinada por ter falado na cidade que adquiriu de Leonardo um brinco que teria pertencido à família Villela. A Polícia Civil procura por essa peça. Das joias levadas da casa do ex-ministro do TSE só teriam sobrado o brinco e uma filigrana de ouro.

A delegada Deborah Menezes, da 8; DP(SIA), responsável pela prisão de Leonardo, disse que tentou, via Justiça, trazer Paulo a Brasília, mas o Judiciário ainda não deu autorização porque o caso está sendo investigado oficialmente pela Coordenção dos Crimes Contra a Vida (Corvida).

PACOTE DE DINHEIRO
Duvidando da versão do sobrinho sobre o triplo homicídio em Brasília, Neilor da Mota ainda ouviu dele que havia participado do crime ;com uma turma;, mas não poderia dar os nomes. Paulinho não deu mais detalhes, porém, em seguida, tirou do bolso um pacote de dinheiro. Acreditando que ali deveria ter uns R$ 2 mil, Neilor ressaltou que seria necessário mais dinheiro para vender seu restaurante. ;Paulinho disse que conseguiria o restante com Leornado (Campos Alves), pois os dois eram sócios;, completou o tio. Neilor falou ao sobrinho que, assim, Leonardo também deveria participar da negociação. Dias depois, o rapaz reapareceu respondendo que o ex-porteiro não se interessava pelo restaurante porque não dava conta de tocar outro comércio.

Mobília nova
Também na quarta-feira, depôs na delegacia de Montalvânia o dono de uma loja de eletrodomésticos e móveis da cidade. Evaldo de Oliveira Ramos, 42 anos, contou que, em março de 2009, Leonardo Alves comprou R$ 5.113 em eletrodomésticos em sua loja. Compra feita a prazo, com uma entrada de R$ 1.609, mais seis parcelas de R$ 584. Em agosto ; mês do triplo assassinato da 113 Sul ;, Leonardo apareceu querendo quitar a dívida com dólares. Mas o comerciante explicou que não poderia receber moeda estrangeira por não ter onde trocá-la no município. Em depoimento, Leonardo confessou ter roubado US$ 27 mil dos Villela. (RA)