Jornal Correio Braziliense

Cidades

Equipes que trabalham para tapar buracos no asfalto estão em greve

Brasília está no meio da temporada de chuvas mas, há oito dias, as equipes que trabalham para tapar os buracos no asfalto e para desentupir as galerias de água pluvial estão paradas. No último dia 3, os funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) suspenderam todos os serviços por tempo indeterminado. Eles exigem reajuste de 17% dos salários, mas o governo já descartou essa proposta. Diante do impasse, ficam paralisados os trabalhos de recuperação do asfalto, corte de árvores, limpeza de bocas de lobo e manutenção de áreas verdes. Hoje, às 14h, será realizada uma nova rodada de negociações.

Os efeitos do movimento grevista já começam a ser percebidos no Distrito Federal. Em cidades como Ceilândia, Águas Claras, Park Way, Santa Maria e até no Plano Piloto, os buracos na rua desafiam os motoristas, que têm que dirigir em ziguezague para escapar das crateras. O vice-presidente do Sindicato dos Urbanitários do DF, Evandro Machado, explica que todos os serviços ficarão suspensos porque a categoria está em ;assembleia permanente;. Ele conta ainda que a indústria que fabrica massa asfáltica também está parada. ;Deixamos de produzir mais de 80 mil quilos de massa asfáltica por dia, que abasteciam as administrações regionais e o DER. Esperamos que o governo sente para negociar;, afirma Evandro. A proposta do governo inclui o reajuste pelo INPC ; 5,39% ; além de um repasse que varia entre R$ 200 e R$ 600.

O coordenador de assuntos sindicais do GDF, Ilair Antônio Tumelero, afirma que as negociações para acabar com a greve vão continuar. ;A Novacap entrou com pedido de dissídio na Justiça hoje, pedindo o restabelecimento da normalidade dos serviços. O momento atual é delicado e a reivindicação deles teria um impacto de 70% sobre a folha de pagamento da Novacap;, explica Ilair. (HM)