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Catadores fazem manifestação e bloqueiam acesso ao Lixão da Estrutural

Cerca de 1.820 catadores de lixo bloquearam o portão de acesso ao lixão da Estrutural na manhã desta segunda-feira (8/11). Eles querem o pagamento do Auxílio Vulnerabilidade, cedido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest).

Os catadores estão se revezando no local desde as 7h para impedir que os caminhões que levam o lixo ultrapassem o portão de entrada. Uma fila de veículos espera para descarregar o material recolhido nas ruas. Alguns deixaram containeres cheios de lixo em frente às residências.

De acordo com o presidente da Associação Ambiente dos Ambientalistas da Estrutural, Manuel Simão Viana, os catadores devem permanecer com o protesto. "Só vamos liberar a entrada depois que todos nós tivermos recebido o pagamento deste ano", disse Manuel.

Benefício

A Sedest pediu para que os profissionais fizessem recadastramento do benefício, a data limite foi na última sexta-feira (5/11). O GDF teria prometido pagar o auxílio depois das eleições, mas até agora não o fez.

O incentivo é pago anualmente e varia entre R$ 300 (solteiros) e 408 (casados). No último ano o GDF pagou o benefício em junho a 242 catadores.

A secretaria afirmou que o pagamento deve sair até o final deste mês. Os beneficiários são catadores que sobrevivem da coleta e seleção de materiais reciclados.

Remanejamento do lixo
Diariamente a usina da Estrutural recebe mil toneladas de lixo. Esse material é recolhido no Gama, Santa Maria, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Planaltina, Paranoá e parte da Asa Sul.

Segundo o superintendente de orientação, controle e fiscalização do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) Expedito Apolinário Silva, durante três dias o lixo que iria para Estrutural pode ser remanejado para outras usinas. "Despacharemos os resíduos para o P Sul e Asa Sul. Além das áreas de transbordo que ficam em Planaltina e Sobradinho", explicou Expedito.

Caso o protesto ultrapasse três dias, problemas maiores surgirão, pois não haverá mais espaço para o remanejamento do lixo. O superintendente disse ainda que o problema deve ser resolvido entre a Sedest e os catadores.