Para previnir a população do Distrito Federal contra o sarampo, a Secretaria de Saúde anunciou um alerta nesta quarta-feira (3/11). A medida foi motivada pelo surto da doença detectado em setembro em João Pessoa ; foram confirmado 47 casos e ainda há suspeitos ; e, também, em outras cidades metropolitanas brasileiras. De acordo com o chefe do núcleo de controle de doenças imunopreveníveis e agudas, Ricardo Marins, não há registro de casos no DF desde a última década, mas como em feriados prolongados as pessoas viajam muito é preciso ficar atento. "Sabemos que João Pessoa é um destino bastante procurado, então, resolvemos fazer um alerta. O sarampo é uma doença altamente contagiosa", explica.
Ricardo Marins explica que, primeiro, a secretaria adotou um meio de informar a rede de saúde. Foram divulgadas nas emergências do hospitais as características de um caso suspeito de sarampo. Depois, integrantes das emergências e da pediatria receberam um treinamento também nesse sentido. Agora, a secretaria segue para uma segunda fase, onde o objetivo é aumentar a taxa de crianças imunizadas contra a doença. "Se aumentarmos o número de crianças vacinadas, vamos diminuir a quantidade de pessoas suscetíveis à doença", garante o chefe do núcleo de controle de doenças imunopreveníveis.
Por conta disso, a Secretaria de Saúde alerta os pais da importância vacinarem os filhos e de manter o calendário vacinal em dia. De acordo com Ricardo, nos últimos quatro anos, o Distrito Federal não tem atingido a meta de 95% das crianças imunizadas. "Temos ficado abaixo, entre 93% e 92%. Analisando esse dado chegamos à conclusão que podem ter crianças de um até cinco anos que ainda não foram imunizadas. É preocupante, por isso a gente está chamando esse grupo", afirma.
A faixa prioritária para vacinação são as crianças de um até cinco anos, que devem tomar duas doses para garantir a imunizaçaõ ao sarampo.
Transmissão
Ricardo Martins diz que o sarampo é muito fácil de ser transmitido, pode ser pela via respiratória, gotículas de saliva e secreções da tosse. Ele explica que é mais fácil até do que a catapora, porque o vírus sobrevive até seis horas na superfície: "É só tocar em um banco, uma caneta ou qualquer objeto contaminado para contrair a doença se a pessoa não for imune ao sarampo".
O chefe do núcleo de controle de doenças imunopreveníveis explica, ainda, que o vírus que se dissemina pelo Brasil deve ter sido contraido por alguém que viajou até a África do Sul durante a Copa do Mundo. "Porque o vírus que a gente tem lá foi identificado como o mesmo vírus da África do Sul, então, uma pessoa que não estava imune deve ter contraído", comenta Ricardo.
Além da facilidade da transmissão, outro fator preocupante é o alto risco do sarampo de criar outras complicações ao paciente, como pneumonia, quadros graves no sistema nervoso central e até morte. "É uma doença de risco entre crianças, adolescentes e jovens. Mais do que catapora e rubéola, por conta da taxa de complicação", explica.
Sarampo
É uma doença viral altamente contagiosa que ataca, principalmente, crianças até 10 anos. Entre os principais sintomas, a febre alta, conjuntivite, vermelhidão e também quadro respiratório associado a bastante dosse, dor de cabeça e a pessoa fica com um aspecto muito abatido. Geralmente os sintomas podem aparecer uma semana depois do vírus encubado e o período de transmissibilidade é de quatro a seis dias antes do aparecimento da chamada vermelhidão, até quatro dias depois.