A Polícia Civil de Goiás instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do acidente que provocou a morte de duas pessoas no lago artificial da Usina Hidrelétrica de Corumbá IV. O empresário Olímpio Cassiano de Faria Neto, 47 anos, e o mestre de obras Laércio Carlos Batista, 42, que conduzia o veículo, morreram afogados na última segunda-feira, após serem arremessados do barco a motor em que estavam. A embarcação teria feito uma curva brusca. O gráfico Edinaldo Oliveira Rodrigues, 58, que navegava com os dois, conseguiu nadar até a margem e sobreviveu. O trio estava sem colete salva-vidas. Para o delegado titular do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), Rosivaldo Linhares, ainda é cedo para afirmar qualquer coisa sobre o acidente.
[SAIBAMAIS]O tempo previsto para a conclusão das investigações é de cerca de 30 dias. Segundo Linhares, como será um inquérito simples, é pouco provável que a apuração dos fatos se estenda além do prazo. "Vamos ouvir o sobrevivente e juntar o depoimento à ocorrência do Corpo de Bombeiros. Além disso, temos que colher oitivas de testemunhas do fato. Precisamos de mais elementos para concluir alguma coisa e o que temos ainda é pouco. Por enquanto é prematuro apontar responsáveis, por exemplo", explicou.
Além dos depoimentos e da ocorrência dos bombeiros, a polícia também vai periciar o barco para saber se a curva acentuada foi causada por imperícia, imprudência ou por falha mecânica. "E aguardamos também o laudo da necropsia", acrescentou Linhares. Olímpio Cassiano, que morava no Park Way, foi sepultado no cemitério de Palmeiras de Goiás, sua cidade natal, ontem, às 17h. No mesmo horário, Laércio, que morava em Vicente Pires, foi enterrado em Corumbá, cidade da mulher, a dona de casa Alciene José Bueno, 23.
Edinaldo conversou com o Correio enquanto viajava para o enterro de Laércio. O gráfico contou que os amigos já o tinham convidado diversas vezes para pescar, mas ele nunca aceitava. "Eles eram pessoas muito bacanas, eram amigos. Eles sempre pediram para eu ir conhecer e quando eu vou pela primeira vez, acontece essa tragédia", lamentou.
Além da mulher, Laércio deixou um filho de três meses que teve com ela e outros dois de um casamento anterior. Alciene conversou com a reportagem por telefone. "Ninguém fica bem em um momento desses. Estamos tentando levantar a cabeça. Meu filho tem só três meses, não tem idade para entender o que houve. Agora é só com a mãe. Vou morar com meus pais. Foi uma perda muito grande, é muita dor", disse.
O Correio também procurou a família de Olímpio. A mulher e a filha do empresário estavam muito abaladas e não conseguiram falar. Um primo da vítima, o bancário Uilson Ferreira da Silva, 53 anos, conversou brevemente com a equipe. Ele contou que a mãe de Olímpio está medicada. Segundo ele, a família acredita que Laércio teria feito a manobra que causou o acidente. "Pode ter sido uma brincadeira por parte dele. Não tem outra maneira de o manche virar se não foi o condutor que puxou, a não ser que ele tenha se desequilibrado", supôs.