Jornal Correio Braziliense

Cidades

Com greve dos metroviários, apenas seis trens circulam esta manhã

Tempo de espera nas estações varia de 20 a 30 minutos. SindMetrô espera diminuição de mais de 50% no movimento

Como decidido em assembleia na noite desta terça-feira (19/10), os metroviários paralisaram as atividades nesta quarta-feira (20/10). De acordo com o sindicato da categoria (SindMetrô-DF), apenas seis dos 20 trens ; 30% da frota como previsto em lei ; estão em circulação esta manhã, o que aumenta o tempo de espera nas estações ; em dias normais, os usuários precisam aguardar cerca de 10 minutos pelo transporte, mas hoje essa demora varia de 20 a até 1h. Os metroviários vão se reunir com representantes da Secretaria de Governo do Distrito Federal às 15h de hoje no Palácio do Buriti para decidirem sobre o futuro da paralisação.

De acordo como o coordenador geral do SindMetrô, Israel Almeida Pereira, a expectativa é que o movimento, rotineiramente de 160 mil passageiros, diminua mais de 50%. De acordo com seguranças das estações, já no início da manhã era possível notar uma considerável diminuição do movimento, já que muita gente já sabia da paralisação.

Para minimizar os efeitos da greve, o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) colocou um reforço de 240 ônibus em Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Samambaia e Guará. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, os veículos extras foram realocados de outras regiões para atender a demanda excedente, de acordo com um planejamento operacional.

Reivindicações
Os metroviários pedem a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais. A categoria também exige a convocação dos cerca de 200 aprovados em concurso público cuja validade expira no dia 25 deste mês.

Israel destaca que as negociações haviam avançado na última sexta-feira (15/10), mas retocederam na segunda (18/10). ;Por isso optamos por dar início à grevel, por tempo indeterminado;, afirma.

Em nota à imprensa, o Metrô-DF contradiz o sindicato da categoria e afirma que há avanços no processo de negociação com os metroviários. Para a direção do transporte, a greve é inoportuna e irresponsável.

Confira a nota na íntegra
Considerando os avanços no processo de negociação e o claro compromisso desta Empresa com a missão de sanar divergências nas relações de trabalho, entendemos ser irresponsável e totalmente inoportuna a paralisação das atividades metroviárias, provocada pelo SindMetrô-DF.

Tal atitude representa prejuízo incalculável à população do Distrito Federal e encerra o diálogo entre a Empresa e os metroviários. Com a decisão de dar início à greve, ficam retiradas as propostas efetuadas à categoria, cabendo exclusivamente à Justiça do Trabalho a decisão sobre a legalidade do movimento.

Até o momento, o Sindicato dos Metroviários do DF vinha obtendo, por parte da Direção do Metrô-DF, uma demonstração inequívoca do propósito de manter aberto o diálogo. Tanto é assim que, dentro dos limites orçamentários e legais impostos pelo momento atual, a Companhia propôs à categoria, depois de discutir exaustivamente o assunto:

- Convocação até o próximo dia 25 de todos os aprovados que constam no cadastro reserva para os cargos de Agente de Estação e de Piloto, em que pese já ter convocado três vezes o número de vagas disponíveis no edital;
- Implantação da jornada de 30 horas para os pilotos, em caráter experimental, durante 90 dias, contados a partir de 1; de novembro, sem redução salarial;
- Aguardar a decisão definitiva do Tribunal Superior do Trabalho acerca do processo relativo ao retorno dos metroviários às bilheterias.