O Distrito Federal é a unidade da Federação que, levando em conta a quantidade de denúncias e o tamanho de sua população, tem mais ocorrências registradas de agressão contra a mulher. Em sete meses, a Central de Atendimento à Mulher recebeu uma média de 267 ligações por um grupo de 50 mil mulheres. O nível social, o acesso mais fácil aos meios de comunicação e a proximidade dos locais de denúncia fazem com que as vítimas procurem não apenas a central, mas também a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) com maior frequência.
"Isso não significa que haja mais agressões. O que há é uma conscientização maior da mulher", afirma a delegada-chefe da Deam, Sandra Gomes Melo. Segundo ela, o DF também tem outra característica que o difere do resto do país. "Aqui, a maior parte das queixas é de ofensa à honra e de ameaças. Isso quer dizer que a mulher está decidindo denunciar antes que o fato aconteça", explica a delegada. Sandra ressalta que não há um tipo de perfil das denunciantes: "São de todas as classes sociais, faixas etárias e escolaridades".
A secretária de Enfrentamento à Violência, Aparecida Gonçalves, concorda com Sandra. "No Distrito Federal, as mulheres têm mais acesso às informações, não é como na Região Norte, onde não há muita comunicação", compara Aparecida, ressaltando que o fato de a central funcionar em Brasília aumenta o número de queixas. A Deam da capital federal foi considerada, no ano passado, a delegacia exemplar em todo o país e disputa a mesma honraria na América Latina. Além do atendimento na própria sede, há um serviço itinerante.
Telefones
Central de Atendimento à Mulher ; 180
Delegacia de Atendimento à Mulher ; (61) 3442-4300
Polícia Civil do DF ; 197