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Gasolina tem alta de 2,18% e vai a R$ 2,75

O litro do produto, que antes custava de R$ 2,66 a R$ 2,69, subiu R$ 0,06. Em duas semanas, o álcool acumula rejuste de 7,8% e é vendido a R$ 2,05. Donos de postos atribuem aumentos à entressafra da cana-de-açúcar

Os brasilienses que foram abastecer seus carros ontem tomaram um susto. Eles se depararam com o litro da gasolina a R$ 2,75 nas bombas, em lugar dos R$ 2,66 a R$ 2,69 anteriores. Ou seja, houve aumento de R$ 0,06 centavos, o equivalente a 2,18%. O etanol, que na semana passada foi reajustado em R$ 0,10 - 5,18% - passando de R$ 1,89 para R$ 1,99, voltou a subir, e atingiu o preço R$ 2,05. Em menos de duas semanas, portanto, teve alta de R$ 0,16, o equivalente a 7,8% frente ao valor anterior do litro.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sinpetro-DF), a alta no preço do álcool, motivada pela entressafra da cana-de-açúcar, puxou o reajuste da gasolina. Na composição do derivado do petróleo entra um percentual de 20% de biocombustível. A quantidade é fixa, e determinada pelo governo federal. Até fevereiro deste ano, era de 25%, mas foi reduzida mediante uma portaria dos ministérios da Agricultura, Minas e Energia, Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com o intuito de segurar os preços da gasolina. A medida foi insuficiente para proteger o derivado do petróleo de ter reajuste de preço no atual período de baixa produtividade de cana.

"Chega um momento em que a gente tem que repassar. Para se ter uma ideia, de agosto até outubro ocorreram aumentos gradativos no álcool por parte das distribuidoras que atingiram $ 0,27. No caso da gasolina, a elevação foi de R$ 0,07 para as empresas. O problema todo é causado pelo álcool das usinas. Elas estão manipulando o estoque", afirma José Carlos Ulhôa, presidente do Sinpetro-DF.

De acordo com Ulhôa, em janeiro deste ano, na entressafra, o álcool estava sendo vendido aos empresários locais por R$ 1,75. Nas bombas, chegou a R$ 2,13. Em maio e junho, época de plena safra, os preços do derivado da cana aos varejistas teria baixado muito pouco, chegando a R$ 1,71.

Preço único
O reajuste da gasolina e do álcool no DF começou na noite de quinta-feira, quando os primeiros postos no Plano Piloto fizeram a alteração. Ao longo do dia de ontem, o restante foi aderindo à alta, e, no fim do dia, os preços de R$ 2,75 para o litro da gasolina e de R$ 2,05 para o do álcool estavam valendo em todos os comércios de combustíveis da Asa Sul e da Asa Norte. Apenas duas empresas, que tradicionalmente cobram preços alguns centavos abaixo da concorrência, optaram por vender a gasolina a R$ 2,72 e o álcool a R$ 2,02.

O supervisor de segurança Robson Vander Faustino Pires, 41 anos, ficou surpreso ao chegar a um posto na Asa Norte para abastecer. Ainda não sabia que os preços haviam sido reajustados. "Estive em Goiânia outro dia e a gasolina custava R$ 2,49. Tudo aqui é caro, e a gente não tem para onde correr", queixou-se.

O auxiliar de escritório Cleber Galdino Ribeiro, 43 anos, tem uma técnica pessoal para fazer economia ao abastecer. Conhecedor do rendimento de seu veículo, calcula quantos quilômetros será possível rodar com gasolina e depois com álcool. Cleber não confia no cálculo ensinado por especialistas para ajudar a decidir por qual dos dois combustíveis vale a pena optar. "Sei que meu carro faz 12 quilômetros por litro com gasolina, e 10 por litro com álcool. Com base nesses dois números, calculo quanto vou poder rodar. Nos últimos tempos, o álcool tem se mostrado vantajoso. Ganho 21 quilômetros com ele. Agora, com a gasolina a R$ 2,75, vou dar preferência ao etanol mesmo".

Como avaliar
Para saber qual é o combustível mais vantajoso em carros flex, multiplique o valor da gasolina por 0,7. Se o resultado for inferior ao preço do álcool, a melhor opção é o derivado de petróleo. Caso contrário, é o etanol. A alternativa adequada é calculada considerando ue o poder calorífico do motor a álcool é de 70%do motores a gasolina.