As equipes de fiscalização do Ministério e da Secretaria de Estado, de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-DF) e Polícia Militar realizaram uma operação para combater o uso de "cama de frango", que é ilegal, na alimentação de ruminantes, como bois, ovelhas e cabras. Durante a ação, um produtor do Núcleo Rural Tabatinga foi advertido após ser flagrado utilizando essa prática alimentar no rebanho.
De acordo com a veterinária da Seapa Érica Pinto, a cama de frango é considerada ilegal por ser um fator de risco para a ocorrência do mal da vaca louca, além de poder causar doenças como o botulismo e outras infecções, que podem levar à morte do animal.
Os ingredientes da cama de frango são a mistura de substrato, que pode ser composto por palha de arroz, de café ou sabugo de milho, fezes, penas e restos de ração que caem dos comedouros. Em alguns casos, há restos mortais de aves.
A prática foi proibida em 2004 pelo Ministério da Agricultura pelo risco que oferece aos rebanhos, pois possibilita a transmissão do mal da vaca louca, que também pode ser transmitido aos seres humanos. "No Brasil, nunca foi registrado nenhum caso da doença. Mesmo assim, o enfoque da fiscalização é acabar com qualquer possibilidade do mal da vaca louca", explica a veterinária.
O fator econômico também foi determinante para a proibição da cama de frango. "Existe também o enfoque comercial, pois trabalhamos sob a pressão do mercado, principalmente externo, que é muito exigente. Se, por acaso, surgisse um foco da doença no Brasil, isso provocaria um impacto instantâneo na exportação de carnes", esclarece Érica Pinto.