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Lojas devem contratar cerca de 5 mil temporários para vendas do fim de ano

As festas de fim de ano costumam aquecer as vendas no comércio com a busca dos consumidores por produtos e presentes. E o aumento da procura pode ser uma oportunidade para quem está em busca de emprego. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF), cerca de 5 mil pessoas devem ser recrutadas, por meio de contrato temporáro, nas 18 mil lojas do Distrito Federal, para reforçar o quadro de funcinários das empresas. O número se assemelha ao de 2009.

Cristina Ferreira Reis, 21 anos, atualmente é subgerente da loja Zinzane, no Brasília Shopping, onde ingressou em 2009 como vendedora temporária. "Eu fiquei uns três meses e fui efetivada", conta. A subgerente, que era empregada doméstica desde os 14 anos anos, explica que o funcionário deve se esforçar para conseguir o cargo. "Quando eu entrei, era época de Natal. Tem que chegar mais cedo e sair mais tarde. Correr atrás mesmo. Além disso, a pessoa deve ter o perfil adequado. Muitas vezes o cliente chega gritando e você tem de ser educada", diz. Segundo Cristina, a loja já iniciou as contratações temporárias para o próximo Natal. "Uma pessoa foi contratada. Até o fim do ano, a equipe deve ter mais oito ou nove funcionários".

Cerca de 20% dos funcionários temporários devem ser efetivados no início de 2011, de acordo com o presidente do Sindivarejista-DF, Antônio Augusto de Moraes. "Temos uma boa perspectiva para este fim de ano. O funcionário que apresentar o melhor desempenho, pontualidade e bom atendimento tem grandes chances de permanecer na empresa. Ele tem que lembrar que está sendo observado", explica. Antônio esclarece que a remuneração deste tipo de contrato não é diferenciada - segue o padrão da loja. O salário varia entre R$ 600 e R$ 1,2 mil e o empregado recebe, obrigatoriamente, vale transporte. "Alguns lugares oferecem, também, ticket alimentação" completa.

Ainda segundo Moraes, em média, cada loja reforça seu efetivo entre 10% e 20%. Os funcionários ficam no estabelecimento de 30 a 90 dias. "O lucro também oscila de empresa para empresa. Em algumas, chega a dobrar", explica. O Sindivarejista-DF calcula aumento nas vendas na ordem de 5,5% frente ao ano passado.

Muitos jovens aproveitam o período para um ganho extra. O sindicato calcula que a idade média dos temporários varie entre 19 e 25 anos. No entanto, é preciso ficar atento para não se decepcionar com a experiência. Marilene Freitas de Almeida, 21 anos, trabalhou em uma loja de roupas no fim de 2008 e não deseja voltar à função. Ela, que atualmente é auxiliar financeira, conta que ganhou cerca de R$ 1,5 mil em dois meses de trabalho. "Eu procurei um emprego temporário para juntar dinheiro suficiente para ficar um tempo sem trabalhar, mas o valor foi suficiente para apenas 15 dias", conta Marilene. "As pessoas se iludem, mas a quantia ganha é proporcional ao quanto se trabalha", alerta.

Capacitação
O Sindivarejista-DF, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), ofereceu, desde o dia 1; de outubro, cursos de curta duração para a preparação de profissionais que desejam seguir o ramo de comércio. Cerca de 2 mil pessoas já fizeram o cadastro. "Nós promovemos esses cursos todos os anos. O objetivo é a preparação dos candidatos, para que sejam chamados para período de fim de ano", diz o presidente do sindicato.

Os cursos têm carga horária de 20h e duração de uma semana. As aulas são ministradas por professores do Senac. A inscrição pode ser feita no site www.sindivarejista.com.br. O aluno deverá pagar uma taxa de R$ 25 para os materiais de apoio. Segundo Moraes, os dados dos alunos podem ser encaminhados às empresas para uma possível seleção. "O candidato melhor preparado tem maior chance de ser selecionado", afirma.