Após cinco meses de impasse, chegou ao fim a negociação salarial de 2010 entre lojistas e comerciários do Distrito Federal. Na última semana, foi assinado dissídio coletivo entre o Sindicato dos Comerciários do DF (Sindicom) e o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), acordando reajuste de 7% retroativo a maio, quando venceu a data-base da categoria.
Os trabalhadores do comércio pleiteavam um aumento maior, de 10%, no início deste ano. O Sindivarejista, por sua vez, propunha-se a elevar os salários em somente 5%, cobrindo a inflação acumulada de 12 meses. Além do reajuste salarial, outros itens reivindicados pelos comerciários eram ponto de dissensão entre eles e os patrões. A categoria desejava, por exemplo, a manutenção do pagamento de 50% de adicional pelos domingos trabalhados; manutenção da folga no carnaval e obrigatoriedade do pagamento de tíquete-refeição independente do tamanho do estabelecimento comercial.
O adicional pelo trabalho no domingo, que vigorava desde um acordo firmado em 1998 e que o sindicato patronal queria revogar, foi mantido. O mesmo se deu com as folgas no feriado de carnaval. Quanto ao tíquete-alimentação, patrões e empregados concordaram que o benefício passa a ser obrigatório em empresas com mais de 20 funcionários. Antes, apenas lojas com mais de 30 contratados tinham que pagá-lo.
Os comerciários obtiveram ainda aumento do piso salarial da categoria de R$ 551 para R$ 600. Trata-se de um meio-termo entre os R$ 650 desejados pela categoria e os R$ 582 que estavam sendo oferecidos pelo Sindicato do Comércio Varejista.
Para Geralda Godinho Sales, presidenta do Sindicom, o resultado nas negociações foi satisfatório. "Não conseguimos tudo o que queríamos, mas houve avanços", disse. De acordo com ela, o reajuste retroativo ao mês de maio será pago em duas parcelas pelos comerciantes do Distrito Federal. O diálogo entre o Sindicom e o Sindivarejista foi intermediado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT-10), responsável pela área de Brasília.
Em julho deste ano, a insatisfação com as propostas patronais levou o Sindicom a organizar uma série de manifestações em shoppings da cidade. Com faixas e cartazes, eles estiveram no Conjunto Nacional, Park-Shopping, Gilberto Salomão e, ainda, no centro de Ceilândia, pedindo atenção para as suas reivindicações.