Jornal Correio Braziliense

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O 11° Salão da Alimentação deverá movimentar R$ 7 milhões no DF

Organizadores da 11ª edição da mostra que começa amanhã têm a expectativa de que este ano o resultado vai superar o de 2009 em negócios entre as empresas atacadistas e as do varejo

O mercado atacadista da alimentação ; que inclui o fornecimento não apenas de comida e bebida, mas de utensílios, serviços, vestuário e afins para o comércio varejista de alimentos ; representa uma fatia significativa da economia do Distrito Federal. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF) estima a existência de pelo menos 10 mil produtores rurais e 1,5 mil representantes da indústria cuja produção é vendida a bares, restaurantes e supermercados locais. Além disso, o Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) contabiliza entre seus 1,2 mil associados pelo menos 200 empresas distribuidoras de alimentos. Segundo o sindicato, todos os anos, a negociação entre pessoas jurídicas do atacado e do varejo pertencentes ao ramo movimenta valores na casa dos bilhões em Brasília e região. O dado mais recente, de 2008, aponta circulação de R$ 2 bilhões provindos de contratos do tipo.

Este ano, a expectativa é de que a movimentação financeira fique acima da média, já que, a partir de amanhã, todos os envolvidos com a cadeia da alimentação local terão a oportunidade de fechar negócio e divulgar seus produtos. Começa amanhã e vai até sábado o 11; Salão da Alimentação ; Alimenta, organizado pelo Sebrae-DF. O evento, que acontecerá na área externa do Shopping Pátio Brasil, terá 40 estandes de fornecedores de alimentos, serviços, vestuário, tecnologia da informação, equipamentos e utensílios para o comércio varejista de alimentos. Também oferecerá palestras e cursos de capacitação e promoverá duas rodadas de negociação, para os quais já estão inscritos 200 empreendedores do atacado e do varejo. A estimativa do Sebrae e do Sindiatacadista é de que o Alimenta de 2010 represente R$ 7 milhões em negócios fechados. Na última edição, em 2008, foram R$ 6 milhões.

Os participantes do evento, tanto expositores quanto varejistas interessados em comprar produtos e serviços, vêm de mais 10 estados além do Distrito Federal. Entretanto, de acordo com a diretora do Sebrae-DF, Maria Eulália Franco, a maioria deles ; 70% ; é de empresários locais. ;É uma grande oportunidade para os atacadistas fazerem divulgação para o mercado local, e para os outros estados saberem o que se produz aqui. O segmento tem muito potencial dado o poder aquisitivo dos moradores do DF, que também são muito exigentes. Quando vêem um produto orgânico, querem saber a procedência e a qualidade;, diz. Maria Eulália lembra que os setores de comércio e serviços sempre foram sustentáculos da economia local, e que dentro desses dois setores está englobada a alimentação.

Diretor executivo do Sindiatacadista, Anderson Pereira Nunes diz que o nicho aberto nos últimos anos para a expansão dos restaurantes é uma das principais apostas dos atacadistas. ;Hoje diz-se que de cada três refeições, uma o brasileiro faz em casa. No Distrito Federal, essa proporção deve ser ainda maior devido à renda per capita e ao fato de recebermos muita gente vinda de fora para trabalhar no serviço público, que não cozinha em casa;, comenta.

Fornecedores como Natanael Lopes Paulino, dono da Exaustec, empresa que fabrica cozinhas industriais e tem sede em Águas Claras, concordam que o mercado possui muito potencial, mas queixam-se de entraves como a falta de incentivos e a carência de mão de obra. ;Falta gente que saiba fazer soldagem, acabamento e dobra de metais. Tenho que fazer parceria com escolas técnicas e tirar do próprio bolso para formar meus funcionários, e, mesmo assim, o resultado final não é satisfatório. O ensino disponível não é tão bom quanto o de mercados como o de São Paulo;, reclama.

Paulino cita ainda o impasse judicial no DF relativo à alíquota zero do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS). O benefício, concedido pelo governo local por meio de decreto, foi contestado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Natanael Paulino será um dos expositores do Salão de Alimentação do Sebrae-DF este ano. Ele elogia a iniciativa e espera fechar negócios.

É esse também o objetivo da Rander, empresa que atua há 25 anos no mercado de Brasília fornecendo carnes exóticas. As rãs, criadas e abatidas no DF, são a principal aposta. Mas o grupo também importa carne de jacaré de Mato Grosso e começa a investir na criação de tilápias. ;Feiras como essa são a nossa melhor mídia. É onde nos encontramos com outras pessoas jurídicas e nos tornamos conhecidos;, destaca Domingos Fabiano Crivellaro, que presta serviços de publicidade e marketing para a Rander.