O reajuste de preços dos materiais escolares no Distrito Federal para o ano letivo de 2011 não deve ultrapassar a inflação, prevista para fechar 2010 em 5%, segundo estimativa mais recente do Banco Central para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A garantia é do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria, Livraria do DF (Sindipel), que prevê aumento de 2% a 5% sobre o custo dos principais itens das listas dos colégios, na comparação com o mesmo período de 2009.
A pedido do
Correio, o Sindipel entrou em contato com as editoras de livros didáticos e com os principais fornecedores de produtos escolares, a fim de obter uma estimativa média de reajuste. De acordo com José Aparecido da Costa, presidente da entidade, o motivo da alta moderada é a estabilidade do mercado nacional. ;Dependemos muito das indústrias, que repassam custos para os produtos em momentos de incerteza e turbulência. Este ano o mercado está tranquilo, o dólar estável;, destaca Costa. De acordo com ele, as papelarias do DF ainda não reforçaram seus estoques para a volta às aulas, já que os cerca de 450 estabelecimentos particulares de ensino existentes no DF devem liberar a lista de materiais para os pais somente no início de novembro. Na segunda quinzena do mês, será possível encontrar os produtos na maioria das casas especializadas.
Entretanto, o presidente do Sindipel diz que a experiência de anos anteriores mostra que 75% dos pais deixa para a última hora a aquisição dos itens pedidos. Graças a isso, deparam-se com lojas cheias, filas, pouca variedade para escolher e carência de determinados artigos. ;A gente já sabe que isso acontece, mas sempre pedimos para o consumidor não deixar para comprar na última hora;, afirma José Aparecido Costa.
CuidadosO diretor-geral do Instituto de Defesa do Consumidor do DF (Procon-DF), Oswaldo Morais, alerta que, apesar da estimativa de reajuste moderado, pesquisar valores continua sendo importante. ;A formatação de preços depende de quanto o lojista pagou pelo produto, do custo operacional e da margem de lucro. Pode haver grande diferença de um local para o outro;, destaca.
Em janeiro deste ano, pesquisa de custos tradicionalmente realizada pelo Procon apontou diferença de preço de até 7.000% entre uma papelaria e outra. Em alguns casos, detalhes que dão ao produto maior valor agregado ; personagens nas capas de cadernos, por exemplo ; estão por trás da disparidade. Em outros, a qualidade do produto faz a diferença. ;Não compensa comprar barato uma coisa que não vai durar. Tem que olhar o custo-benefício;, ensina Oswaldo Morais.
Outro aviso do Procon-DF é que os pais devem recusar-se a comprar talheres e copos de plástico, rolos de papel higiênico, sabonetes e afins. Nessa situação específica, o consumidor do DF está protegido pela Lei distrital n; 4.311/09, que considera material escolar apenas os itens ;de uso exclusivo e restrito ao processo didático-pedagógico;, cuja a compra tenha por finalidade ;o atendimento das necessidades individuais do educando;.
VendasGerente de loja de uma rede de papelarias local, Alexandre Veríssimo destaca que a época de volta às aulas é a melhor do ano para o segmento. Segundo ele, há alta de 30% a 40% nas vendas frente a períodos normais. Novidades como cadernos e mochilas temáticas sempre ajudam a melhorar o faturamento. Mas é preciso cuidado ao encomendar o estoque extra. ;A renovação média é de 50%. Não podemos deixar sobrar, porque, passado o início do ano, os artigos saem pouco.;
A dona de casa Luciana Heringer Pena, 35 anos, foi ontem a uma papelaria com o filho Arthur Heringer Silva, 4, comprar tinta para ele se divertir em casa. Aproveitou para checar os preços dos produtos já que, em 2011, pela primeira vez, a família se verá às voltas com uma lista de material escolar para o pequeno. ;No local que ele frequenta este ano, o material vem embutido na mensalidade;, conta. Para ela, o mês escolar e o material pedagógico emparelham com o custo de vida alto do DF. ;Escola para uma criança em torno da idade dele está custando R$ 900. Não tem sentido.;
Mensalidades acima do IPCAAs mensalidades das escolas particulares do Distrito Federal terão reajustes entre 7% e 13% para o ano letivo de 2011, segundo estimativa do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF). O aumento supera o dobro da inflação acumulada nos últimos 12 meses segundo o IPCA, que é de 4,36%. De acordo com a presidente do Sinepe-DF, Amábile Pacios, a alta leva em conta planilha de gastos e proposta pedagógica das escolas, não tendo como indexador a inflação.
Custo médio da listas *Ensino básicoR$ 600 a R$ 800
Ensino fundamentalR$ 700 a 900
Ensino médioR$ 1,1 mil a R$ 1,3 mil
*Estimativa do Sindipel, incluindo livros didáticos e material de papelaria