O DF sempre tem dificuldades no desencalhe dos recursos do FCO, reserva destinada a fomentar o desenvolvimento na Região Centro-Oeste. O gargalo na liberação é o perfil da economia local, movimentada principalmente pelos segmentos de comércio e serviços, com direito a somente 10% da fatia. A maior parte do bolo, 70%, vai para agricultura e indústria, pouco expressivas em Brasília e região. A agricultura enfrenta problemas legais, com 90% dos proprietários rurais sem a titularidade das terras.
Juarez Júnior, analista da Superintendência de Varejo e Pessoa Jurídica do BB, reconhece que a questão do FCO no DF é problemática, mas defende que o quadro real não é tão ruim quanto parece. Para ele, proporcionalmente, o desempenho do DF em 2010 suplanta o de 2009, quando mais de 80% dos recursos foram emprestados, já que no ano passado havia somente R$ 340 milhões para conceder em crédito. Ele diz, ainda, que a previsão é fechar este ano com quantidade de operações de crédito 63,9% maior.
;Conseguimos fazer o dinheiro chegar a mais pessoas;, diz. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Antônio Coelho, diz que o esforço do governo em divulgar o FCO deu resultados. ;Em maio, tínhamos emprestado só 7,3%. Mesmo em um cenário adverso de crise política, o desempenho superou as expectativas.;
"Em maio, tínhamos emprestado só 7,3%. Mesmo em um cenário adverso de crise política, o desempenho superou as expectativas"
Antônio Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico do DF
Antônio Coelho, secretário de Desenvolvimento Econômico do DF
FCO em 2010*
Recebeu - Emprestou - Sobra
DF - 658,6 milhões - 237, 7 milhões (36,1%) 420,4 milhões
GO - 1bilhão - 767,9 milhões (76,4%) 236,7milhões
MS - 796,8 milhões - 536,477 milhões (67,3%) 260,3 milhões
MT - 1 bilhão - 641,6 milhões (63,8%) 363 milhões
Sobra total - 1,2 bilhão
Como fica a redistribuição
DF - 19%, ou 243,2 milhões
GO - 29% ou 371,3 milhões
MS - 29%, ou 371,3 milhões
MT - 294,5 milhões
*Números atualizados até 10 de agosto