Após o término da maior greve da história, com duração seis meses, os servidores da Universidade de Brasília (UnB) ameaçam nova paralisação. Eles estão reunidos em assembleia, na manhã desta terça-feira (28/9), para decidir os próximos passos.
Desta vez, a classe reivindica que a liminar, conquistada no Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 16, seja retificada mais uma vez, já que contém trechos dúbios. A decisão da ministra Carmém Lúcia garante o pagamento da Unidade de Referência de Preços (URP) à categoria.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), a Advocacia-Geral da União (AGU) não cumpriu o que diz a liminar. Na opinião do sindicato, alguns termos não ficaram claro e, por isso, devem ser revistos.
URP
Incorporada ao salário da categoria em 1989, a URP representa 26,05% da remuneração dos servidores técnico-administrativos da universidade.
Entenda o caso
Seis meses de paralisação
Em 7 de fevereiro, o Ministério do Planejamento determinou o corte da concessão da Unidade de Referência de Preços (URP) aos técnicos da Universidade de Brasília, com argumento de que os servidores não tinham proteção legal. Desde então, a manutenção do pagamento das parcelas vem sendo alvo de análises favoráveis e desfavoráveis dos órgãos judiciais.
O impasse na continuidade do pagamento do provento culminou na greve dos servidores da UnB, que foi definida por meio de uma assembleia realizada em 16 de março. A interrupção dos trabalhos já dura mais de seis meses, sendo a mais longa da história da instituição.
A URP saiu de vez dos contracheques dos técnicos-administrativos da universidade no mês de julho. O reitor José Geraldo de Sousa Junior argumentou que, após decisão do Tribunal Regional Federal, não havia mais respaldo legal para continuar efetuando o pagamento do benefício.