A operação de combate a focos de incêndio continua, nesta sexta-feira (24/9), no Parque Nacional de Brasília. O incêndio subterrâneo que havia sido controlado no início da tarde de quinta-feira (23/9) voltou a pegar fogo na mata ciliar - vegetação próxima ás margens de córregos e mananciais. De acordo com o capitão Paulo, do Corpo de Bombeiros, duas guarnições tentam controlar a queimada com a utilização de bombas que puxam água dos mananciais.
O objetivo é encharcar a área com bastante água para que penetre no subsolo. Segundo o capitão, o fogo acontece, especificamente, na mata ciliar e não corre risco de ser devastado até a vegetação do cerrado. Paulo ainda explica que esse tipo de incêndio é difícil de ser controlado. "O incêndio subterrâneo é demorado. Não é algo que eu possa dizer que vai terminar ainda hoje", declara.
O capitão garante que os bombeiros e os brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) permanecerão no local. "A operação é concentrada e não saíremos enquanto ainda houver risco", explica.
Perigo
A queimada subterrânea é considerada perigosa porque acontece embaixo de uma camada de folhagem secas que cai das árvores e é capaz de atingir a raiz das árvores. Além disso, pode comprometer, os córregos, já que o fogo se alastra na mata ciliar.
Até a identificação do incêndio é complicada, como explica o capitão Paulo. "Só dá para perceber quando é vista a grande quantidade de fumaça", afirma.
[SAIBAMAIS]Reforço
O incêndio no Parque Nacional teve início no último domingo (19/9) e foi controlado ao longo desta semana. Mesmo assim, alguns outros focos continuam sendo identificados pelo Corpo de Bombeiros, que permanecem com homens se revezando no monitoramento do local.
Por esse motivo e também por conta do decreto de situação de emergência na capital na última segunda-feira (20/9), o Governo do Distrito Federal (GDF) autorizou a compra de kits de materiais para combate a incêndio florestais. Entre os acessórios, que serão utilizados como proteção individual dos bombeiros, máscaras para proteção respiratória, lanternas de cabeça, pilhas, mochilas de hidratação, apitos, bússolas, GPS e peças para fabricação de abafadores e moto bombas.
A expectativa é que o material seja entregue em até oito dias. Os equipamentos devem beneficiar os mais de 100 bombeiros que monitoram a operação no Parque Nacional.