O incêndio que afeta desde sábado (18/9) o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), distante 250km de Brasília, já consumiu 48% da sua área, de 66 mil hectares. Os ventos fortes e falta de homens e equipamentos para combater o fogo facilitam o alastramento da queimada.
O Instituto Chico Mendes deslocou nesta quarta-feira (22/8) mais um helicóptero para ajudar no combate às chamas na unidade de conservação, uma das mais importantes de Goiás. Nesta temporada de seca, a unidade de conservação do Nordeste de Goiás, a 250km da capital do país, já perdeu mais de 55% da área verde.
O fogo toma conta da reserva nas áreas dos municípios de Alto Paraíso e Cavalcante, onde mais de 30 mil hectares de cerrado foram devastados desde sábado. Por questão de segurança, a Chapada dos Veadeiros está fechada à visitação pública, sem previsão de reabertura.
Somente na terça-feira (21/9), chegaram os primeiros bombeiros à reserva. Eram 36 militares especializados no combate a incêndio florestal, que saíram de Goiânia, a 420km. Eles se juntaram a 40 brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes que se revezavam há quatro dias. Para piorar, o vento forte impediu a operação de dois aviões e um helicóptero usados no trabalho.
Focos de calor
No total, 24 unidades de conservação do país, a maioria no cerrado, têm focos de calor. A estiagem atípica ; Brasília completou nesta quinta-feira 120 dias sem chuva ; e os ventos ajudam a espalhar fogos iniciados fora das áreas protegidas, para limpeza de pastos e lavouras, por exemplo.
O saldo do inverno de 2010 para o cerrado é macabro: além da Chapada dos Veadeiros, o Parque Nacional de Brasília teve o pior incêndio de sua história, que consumiu 31,6% de sua área em dois dias; e o Parque Nacional das Emas, também em Goiás, perdeu 90% de sua área também em dois dias.