A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou na tarde de hoje (22/09) uma quadrilha especializada em roubar baterias de gel de torres de transmissão de sinais de telefonia móvel. A bateria, que fica trancafiada em gabinetes localizados na base dos pontos de transmissão, serve como fonte auxiliar de energia. Em casos de falhas na rede elétrica, o dispositivo é acionado para que o serviço não seja interrompido. A alta potencialidade da bateria, que tem até 180 amp;res, chamou a atenção dos aficionados por som automotivo. A unidade, que custa às operadoras cerca de R$ 1,8 mil, é comercializada no mercado negro em média por R$ 300.
Agentes da Delegacia de Repressão a Furtos da PCDF (DRF) prenderam ontem oito pessoas durante a operação batizada de Torre de Babel - o nome é alusivo as torres de transmissão que são instaladas encima de prédios ou locais ermos perto de rodovias. Entre os detidos está Willian Araújo Branco, 23 anos, apontado pelo polícia como o principal articulador da quadrilha. Na ação de ontem, a polícia conseguiu recuperar 16 baterias. Representantes de operadoras de telefonia móvel compareceram hoje à noite à delegacia para reaver os dispositivos furtados. As apreensões foram feitas em várias regiões do DF, como Ceilândia, Taguatinga, Guará e Recanto das Emas.
Outros mandados de prisão ainda devem ser cumpridos. A polícia já mapeou os principais clientes da quadrilha. O roubo era feito por encomenda, como explica o delegado-chefe adjunto da DRF, Hudson de Araújo: "As pessoas que queriam a bateria faziam contato com as lojas de som automotivo que repassavam a demanda aos integrantes da quadrilha."
Os bandidos escolhiam lugares mais ermos para entrar em ação. Eles quebravam cercas e cadeados dos gabinetes que protegiam as baterias. Pelo peso dela, que chega a pesar 70 quilos, cerca de três ou quatro pessoas participavam do furto, segundo a polícia.
O prejuízo das operadoras ainda não foi mensurado. A polícia acredita que outras duas quadrilhas especializadas furtam baterias de gel no DF. O delegado recomenda as pessoas que tenham o dispositivo no carro que compareça espontaneamente à delegacia. "Evitando assim o constrangimento de ser presa em flagrante em casa", explica. "Essas baterias não estão no comércio, as pessoas que compram sabem que se trata de um produto subtraído", acredita Araújo.
Os acusados poderão responder por furto qualificado, receptação e formação de quadrilha.