Jornal Correio Braziliense

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Edifício inacabado de 16 andares será implodido às 10h deste domingo

Está marcada para este domingo (19/9), às 10h, a implosão do esqueleto de um prédio abandonado na Quadra 5 do Setor Hoteleiro Norte. A partir das 8h, a Defesa Civil começará a retirar moradores de 25 edifícios vizinhos, a fim de garantir a segurança de todos. Motoristas e pedestres também terão acesso restrito a alguns trechos da W3 Norte, do Eixo Monumental e da Via N2, ao lado do Brasília Shopping. Para garantir o sucesso da operação, 30 homens trabalharam durante todo o dia de ontem na instalação dos 150kg de explosivos. O material chegou às 8h de sábado, vindo de Belo Horizonte. Para minimizar as chances de fragmentos de concreto serem arremessados, a empresa responsável determinou a colocação de um material especial em toda a lateral do esqueleto.

A área de risco será marcada com 2km de fita e uma equipe de 400 pessoas estará responsável por evitar que qualquer pessoa permaneça nas imediações. Toda a operação estará sob a supervisão da Defesa Civil. Somente após vistoria de responsável do órgão é que a implosão estará autorizada. Antes disso, serão emitidos quatro alertas sonoros para funcionários e curiosos que forem ao local para assistir à demolição. O primeiro alarme será às 9h30 e o último, às 9h55. Às 10h, o dispositivo de implosão será acionado e, em cinco segundos, o esqueleto deverá vir ao chão. Serão detonados 16 andares e a estimativa é de que sejam produzidas 17 mil toneladas de entulho. Segundo o responsável técnico pela implosão Cláudio Freitas, da empresa Equatorial Construções, todo o material deverá ser retirado nos próximos 30 dias. O espaço vazio será utilizado por uma construtura para a instalação de um hotel de luxo.

Último esqueleto

As implosões de prédios desativados começaram em 2007, período desde o qual já foram demolidas três edificações. O esqueleto do Setor Hoteleiro Norte é o último que faltava ser retirado da área central do Plano Piloto. O prédio ficou abandonado por 17 anos e servia de abrigo para moradores de rua. A comunidade local denuncia que o espaço era constantemente utilizado para o uso de drogas. Quem mora na área ou frequenta aquele trecho diariamente comemora a retirada do esqueleto. ;Já estava na hora de retirar esse prédio daqui. O pessoal evitava passar perto à noite com medo dos ;malas;;, disse o técnico em ar-condicionado Emannuel Silva Reis, 48 anos. Morador do Recanto das Emas, ele trabalha no local há dois anos e acredita que a construção de um novo hotel vai dar oportunidade aos brasilienses. ; Vai melhorar a paisagem de Brasília para a Copa do Mundo, sem contar que vai gerar vários empregos, e isso é o mais importante;, destacou.

Durante todo o dia de ontem, engenheiros e técnicos trabalharam na instalação dos explosivos. Policiais civis da 5; Delegacia de Polícia (Setor Bancário Norte) e policiais militares do Batalhão de Operação Especiais (Bope) acompanharam todo o processo. ;Como se trata de explosivos, temos que garantir a segurança para que ninguém mal-intencionado leve esse material;, explicou o responsável pelo manuseio dos explosivos, Renato César Vartulu.

O esqueleto estava abandonado há quase duas décadas em razão de disputas na Justiça por herdeiros da área. Este ano, a empresa JC Gontijo negociou com os donos e comprou o terreno por R$ 25 milhões. O investimento da construtora na implosão será de R$ 500 mil e um novo empreendimento deverá ser lançado até outubro. O objetivo é fazer um hotel diferenciado, com arquitetura moderna.