As manifestações artísticas fizeram bonito na cerimônia de comemoração da Independência do Brasil, que elegeu a cultura popular como tema de abertura da parada deste ano. Representados por grupos de Brasília, várias manifestações típicas das regiões do país marcharam na passarela da Esplanada. Estavam lá as danças gaúchas, os mamulengos, grupos de capoeiristas e as percussionistas da banda Batalá, que fechou o desfile de manifestações civis pelo terceiro ano consecutivo. Os conjuntos de maracatu, de quadrilha, do Galinho de Brasília e do Bumba Meu Boi do seu Teodoro fizeram sucesso entre as muitas famílias que foram ao desfile da Independência na capital.
;Foi a coisa mais incrível assistir a essas manifestações vindas de tantos lugares do país. Que bom que não estão deixando a cultura morrer;, disse, com olhos doces, a faxineira Misleide Porto, de 31 anos, que há três anos faz questão de levar os dois filhos pequenos ao Sete de Setembro. Nesse dia, não há sol quente ou tempo seco que faça a família Porto ficar na Cidade Ocidental (GO), onde moram. ;Uma vez por ano tenho a oportunidade de dar aos meus filhos aquilo que não tive ; cultura. Venho por eles;, explicou o auxiliar de manutenção de condomínio Eliomar Porto, de 33 anos.
Assim como os Portos, milhares de pessoas assistiram aos desfiles escolhidos para homenagear a Semana da Pátria de 2010, que teve como lema Cultura popular como ferramenta para a promoção da paz ; Viva o Brasil que existe em cada um de nós. Organizados pelas secretarias de Cultura e de Educação do Governo do Distrito Federal, os desfiles civis não são mais novidades desde 2003, ano que inaugurou a união da participação civil no desfile, antes, militar.
A psicóloga Naiara Batista, 27 anos, vice-presidente e coordenadora do Batalá, se disse uma privilegiada em participar da festa de independência do Brasil. Para ela, que desde 2006 atua como regente da banda de percussionistas, desfilar na Esplanada dos Ministérios teve um sabor especial. ;É uma emoção renovada fazer parte do evento;, concluiu.
A data também atraiu gente de todo o país para a capital do país, como o baiano de Riachão de Jacuípe Elton Santiago. Pela primeira vez na Esplanada dos Ministérios, o bombeiro hidráulico de 24 anos aproveitou a proximidade do local com a Praça da República e conheceu o Museu, que ficou abarrotado depois do desfile.