Jornal Correio Braziliense

Cidades

Rede pública de ensino sofre com defícit de 350 professores substitutos

A rede pública de ensino do Distrito Federal está com falta de professores temporários para assumir possíveis substituições em turmas da 1; à 4; séries, a chamada área de atividades. A informação é do secretário adjunto de Educação, Jacir Braga Rodrigues. Segundo ele, o déficit existente hoje, para todas as áreas, gira em torno de 350 professores. O problema continuará, pelo menos, durante os próximos 25 dias.

O professor explica que, na quarta-feira (1;/9), 250 novos professores efetivos foram contratados e que, ao assumirem, os temporários já lotados em vagas em aberto voltarão ao banco de reservas. No entanto, embora todos os contratados estejam passando por exames admissionais, têm 25 dias para assumir. ;Na medida do possível, estamos conversando com eles e pedindo para não seguirem o prazo legal;. Dentro desse tempo, portanto, caso seja necessária alguma substituição, não haverá como suprir a carência.

Jacir Rodrigues atribui o problema de pessoal a uma falta de planejamento dos recursos humanos da Secretaria de Educação, que começou na gestão anterior. Segundo ele, o número de aposentadorias está elevado este ano. Somente até agosto, 400 profissionais completaram o tempo de serviço e deixaram as salas de aula. O número, conta o secretário adjunto, já é superior ao total registrado em 2009. Além disso, os meses de setembro e outubro têm, historicamente, um elevado índice de licenças-maternidade, o que, segundo Jacir, é motivo de preocupação, já que as professoras que têm filhos ficam afastadas por seis meses.

Para sanar a carência, que existe em toda a rede, especialmente na área de atividades, a secretaria convocou um concurso público, previsto para 19 de setembro, que dará uma folga no banco de concursados. Com o concurso, será possível suprir esse número, já que a expectativa é chamar entre 300 e 400 profissionais temporários.

Sem aula

Uma turma de terceiro ano do Ensino Fundamental da Escola Classe 12, de Sobradinho, ficou cerca de um mês sem professora. A situação foi denunciada por Luciana Bonjardim Vaz, 37 anos, mãe de uma dos alunos da turma. Segundo ela, a professora se aposentou e, até hoje, não havia sido substituída.

Luciana conta que foi à Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) e à Regional de Ensino de Sobradinho para se queixar do problema, mas nenhuma atitude foi tomada. "A diretoria da escola disse que, se a situação continuar assim, as crianças podem perder o ano letivo", disse.

Segundo o diretor do colégio, Severino Araújo, uma nova professora foi contratada hoje. Ele alega que os alunos não ficaram sem aula desde a saída da professora. "Eu, o coordenador e o diretor pedagógico fizemos um programa e nos revezamos na sala."

O secretário adjunto de Educação explica que uma professora da Regional de Ensino de Sobradinho foi remanejada para cumprir o restante do ano letivo. Com a chegada da nova professora, a previsão é que os alunos tenham aula a partir da próxima quarta-feira (8/9).