O novo desvio na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), na altura do Viaduto de Águas Claras, foi motivo de reclamação dos motoristas na manhã de ontem. Eles criticavam a falta de sinalização no local e o risco de acidentes provocado pelas inúmeras mudanças na via ocorridas nos últimos meses. Os congestionamentos não perdoam nem mesmo nos fins de semana: os motoristas que fazem o percurso entre o Plano Piloto e Taguatinga enfrentaram engarrafamentos causados por uma mudança na pista na altura do Setor de Indústrias Gráficas (SIA).
A nutricionista Vanusa Freitas, 32 anos, ficou surpresa ao encarar um congestionamento em plena tarde de sábado. ;O trânsito de Brasília está caótico. Se você pensa que pode sair na hora do almoço no fim de semana em um trânsito tranquilo, é engano seu;, critica a moradora de Taguatinga. Para ela, a situação se complica ainda mais se aliada à seca que a capital enfrenta nos últimos três meses, causando um desconforto maior para os motoristas.
;É uma dor de cabeça, mas é uma melhoria que tinha de ser feita há muito tempo;, avalia o empresário Saulo Coimbra, 24 anos. O morador de Taguatinga passa pelo trecho conturbado todos os dias e julga que a dor de cabeça dos congestionamentos será compensada quando as obras forem concluídas, em outubro. Ele, porém, não sabe dizer se o trânsito está sendo redirecionado da forma correta. Sheyla Rodrigues, 31 anos, prefere evitar o desvio obrigatório na saída de sua casa, na Colônia Agrícola Águas Claras. A professora opta por se arriscar em uma estrada clandestina para poupar cerca de 25 minutos que gastaria dando a volta pelo Guará e enfrentando trânsito pesado. A escolha pela economia de tempo cobrou o preço do automóvel de Sheila: uma calota quebrada e dois pneus furados. ;Aqui tem acidente o tempo todo. Só Deus sabe quando isso fica pronto, e cada dia é uma caixinha de surpresas. Eles sempre interditam um lado diferente;, reclama.
O superintendente do Departamento de Estradas de Rodagens, Samuel Dias Júnior, esclarece que os congestionamentos são causados pelas obras na marginal da EPTG. Os motoristas que seguem do Plano Piloto em direção a Taguatinga há uma semana são direcionados ao trecho definitivo da estrada, que se estreita no fim do Setor de Indústria e Abastecimento, causando o engarrafamento. ;O tráfego está no trecho marginal já pronto, mas no no fim do SIA tem só duas faixas operando, causando o estrangulamento;, explica. No caso do desvio na altura do Viaduto de Águas Claras, o gerente da obra da Linha Verde na EPTG garante que o transtorno afeta somente o acesso às colônias agrícolas Vicente Pires e Samambaia.