Jornal Correio Braziliense

Cidades

Greve de residentes pode prejudicar serviços em até oito hospitais do DF

Os médicos residentes de todo o Brasil estão em greve. A paralisação teve início no fim da tarde de segunda-feira (16/8), quando os estudantes decidiram que não iriam voltar ao trabalho na manhã de terça-feira (17/8). Só no Distrito Federal o atendimento pode ser prejudicado em oito hospitais públicos. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasiliense de Médicos Residente do Distrito Federal (Abramer-DF), Leonardo Esteves, 30% dos médicos continuam trabalhando. O objetivo da greve é lutar pela extensão da licença maternidade, reajuste de 38,7% sob a bolsa, melhores forma de aprendizado e, ainda, a concessão de um gratificação como o 13; na bolsa.

Cerca de 40 mil médicos residentes trabalham em todo o Brasil. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, 676 atendem, atualmente, nos Hospitais de Base do Distrito Federal (HBDF), Regional da Asa Sul (Hras), Regional da Asa Norte (Hran), Regional de Taguatinga (HRT), Regional de Ceilândia (HRC), Regional do Paranoá (HRP), Regional de Sobradinho (HRS) e São Vicente de Paulo.

No entanto, a Secretaria informa que não recebeu nenhuma solicitação dos residentes nesse sentido, e garante que, como os médicos residentes fazem estágio supervisionado, os médicos de carreira atendem os usuários normalmente. Entretanto, segundo o vice-presidente da Abramer, infelizmente a realidade é outra. "O atendimento dos residentes deveria acontecer sob supervisão, mas às vezes isso não acontece", explica Leonardo Esteves sobre a reivindicação da melhoria das condições de aprendizado.

De acordo com a Secretaria de Saúde, esses médicos trabalham em um carga horária de 60 horas semanais e recebem uma bolsa no valor de R$ 1.916, 00, acrescida de 30% do valor da bolsa referente ao auxílio moradia.

O vice-presidente da Associação contesta a informação e afirma que o valor dessa bolsa já está defasado. Em 2006, o Ministério da Educação (MEC) havia prometido um aumento de 38,7%, que, segundo Leonardo, até agora não foi repassado. Além disso, a categoria reivindica a gratificação natalina, o 13; sob o valor do incentivo. "Recebemos a bolsa, cumprimos 60 horas semanais, pagamos o INSS e não temos direito de receber o 13;", diz indignado.

Para finalizar, eles ainda pedem a extensão da licença maternidade que para os médicos residentes é de 120 dias, equivalente a quatro meses, enquanto os outros servidores têm direito a seis meses.