A possibilidade de experiências sexuais precoces e o assédio de pedófilos na internet são duas das maiores preocupações dos pais e especialistas. No início de fevereiro, um professor de 31 anos foi preso em Taguatinga acusado de pedofilia. Ele mantinha conversas com um menino de 12 anos pelo programa de bate-papo MSN e incitava a criança a praticar atos sexuais com ele. O homem já tinha uma ocorrência registrada por aliciamento de menores, mas nunca havia sido preso. Foi a desconfiança dos pais sobre o teor das conversas do filho que despertou a investigação.
Segundo a ONG SaferNnet Brasil, que recebe denúncias de pedofilia na internet e de outros crimes cibernéticos, no Brasil são registrados cerca de 700 crimes sexuais contra crianças e adolescentes por mês. ;Antes, a gente aprendia a não falar com estranhos. Hoje, você tem que dizer aos seus filhos que não adicionem estranhos nas redes sociais, que protejam a senha de suas páginas, do e-mail;, observa Marcela Macedo, coordenadora do movimento criança mais segura na internet. Os cuidados com as amizades virtuais são essenciais para coibir criminosos. Em caso de crimes, a recomendação é guardar todas as provas eletrônicas, registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia e acionar um advogado. Muitos sites, como o Facebook e o Orkut, já têm canais de denúncia de abusos.
Às vezes, a preocupação não vem de fora. ;Existe uma hipervalorização do exibicionismo e isso envolve a sensualidade e o sexo;, explica a pedagoga e professora da Universidade Católica de Brasília, Leda Gonçalves de Freitas. ;A intimidade entrou em xeque-mate com a Internet. Tudo se tornou público. Muito do que se faz na internet é uma representação;, alega o sociólogo Marcello Barra. Para ele, o mais importante é os pais manterem o diálogo e esquecerem a repressão. ;É fundamental ensinar a preservação da intimidade e a promoção da ética. Proibir não adianta;