Cinco policiais militares foram indiciados pela morte de Eduardo Oliveira dos Santos, 21 anos. A investigação sobre o assassinato do jovem foi concluída pela Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), por meio da Divisão de Homicídios I. Os acusados responderão por homicídio triplamente qualificado.
O crime ocorreu em 26 de junho de 2007, no Setor de Chácaras do Núcleo Rural Boqueirão, no Paranoá. De acordo com o delegado-chefe da Corvida, Ecimar Loli, os PMs perseguiam na verdade o cunhado da vítima, Jackson Pereira da Silva, 17 anos, porque, à época, acreditavam que ele havia assassinado um policial. No entanto, ficou comprovado que Jackson não era o autor do crime.
Glauceir Soares da Silva, de 40 anos, Sílvio Bueno dos Reis, 43, Ricardo Henrique de Almeida Ramos, 45, Jeová Rodrigues Abadia, 41, e Gilberto Duarte Filho, 36, serão julgados pelo Tribunal do Júri.
O assassinato
Um dia antes do crime, o cunhado da vítima e o amigo Weverton César Zeferina da Costa, 19 anos, saíram para ir ao mercado, quando foram abordados e agredidos pelos cinco policiais. Na ocasião, um dos soldados deu uma arma para Jackson e o desafiou a apontar para um dos colegas, mas o rapaz se negou a obedecê-los.
As irmãs de Weverton foram buscá-lo, ferido, às 18h de 25 de junho e o levaram para casa. O rapaz pediu a Eduardo para acompanhá-lo até uma parada de ônibus na região do Paranoá. No caminho, uma viatura da Polícia Militar teria parado e começado a disparar contra os jovens, mas Weverton conseguiu fugir, escondendo-se dentro de uma caixa d;água.
Os PMs prenderam e espancaram Eduardo. Em seguida, foram até sua casa. Eles informaram à família que o jovem estava detido na 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) e começaram a revirar a casa sem mandado judicial. Um dos agentes tentou esconder a carteira de Eduardo embaixo do colchão do rapaz.
Antes de os policiais deixarem o local, o sogro da vítima o viu ensanguentado no chão da viatura. Quando perceberam que estavam sendo observados, os policiais arrancaram de marcha à ré e saíram rapidamente do local.
Os familiares entraram em contato com a 6; DP, onde, supostamente, Eduardo estava preso, e confirmaram que os PMs tinham mentido, pois não havia registro de passagem da vítima pela delegacia.