Mesmo com funcionamento parcial, a nova sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal causa impacto no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). O prédio atrai vendedores ambulantes, lavadores de carros e flanelinhas, a maioria vinda da antiga sede, localizada no fim da Asa Norte. Quem trabalha na região já sente os problemas devido à maior movimentação, que impactam na segurança, no trânsito e na falta de estacionamento.
A assistente técnica de recursos humanos Evelyn Siqueira, 25 anos, teve o carro arrombado na última segunda-feira, enquanto trabalhava. ;Acho que procuravam o som do carro, que eu levo comigo. Graças a Deus não roubaram o carro, só deixaram o pino da porta empenado;, disse.
Para o diretor operacional da Polícia Militar, coronel Alberto Pinto, ainda não dá para afirmar que haverá aumento nos assaltos, mas garante que a fiscalização continua. ;A PM possui uma viatura que patrulha durante todo o dia o lado de fora da nova sede até o prédio da Imprensa Nacional;, diz.
Ambulantes
Há três anos vendendo saladas de frutas para quem passava pela antiga Câmara, duas irmãs ; que preferiram não ter os nomes publicados ; já instalaram uma tenda em frente à nova Casa. Segundo elas, a grande maioria dos comerciantes está se mudando. ;Ainda tem mais uma vendedora, de granola, que vai vir para cá;, diz uma das vendedoras.
Com elas vieram mais dois, um de cachorro-quente e outro de pastel, cada um com mais de 10 anos no endereço antigo. ;Acho que a tendência é melhorar as vendas aqui porque sempre tem muito movimento, manifestação em frente à Câmara;, acredita o vendedor de cachorro-quente, que também preferiu não divulgar o nome, instalado há 17 dias em frente à nova sede.
Nenhum deles tem licença para atuar no local e todos correm o risco de ter os produtos apreendidos pela Agência de Fiscalização do DF (Agefis), responsável pela retirada de ambulantes. Mas, segundo o órgão, as operações muitas vezes não encontram os comerciantes porque eles não têm local fixo. ;Já foi feita uma ação na nova sede, mas os agentes não encontraram nenhum vendedor. Se acharem os ambulantes, os fiscais recolhem o material e levam para o depósito da Agefis. Para recuperá-lo, o vendedor deve arcar com os custos da operação;, afirma o assessor de imprensa da Agefis, Nilo Martins.
Flanelinhas
Os lavadores de carros conhecidos como Ronei e Galego também se mudaram. ;A gente veio por causa dos clientes que já conhecem a gente há 16 anos;, explica Ronei. Segundo ele, de dez flanelinhas que trabalhavam no prédio antigo, apenas os dois vieram para a nova sede. Pelo menos três guardadores de carros trabalhavam na região antes da dupla chegar, mas, para Ronei, isso não é um problema. O grupo estabeleceu uma divisão de território: ;A gente veio antes, conversou com o pessoal aqui (vigias que já atuavam no local) e vamos lavar apenas os veículos dos funcionários da Câmara. Os carros dos outros prédios são com eles.;
Ronei disse que ambos são cadastrados na Corregedoria da Câmara para exercer a profissão. Mas o chefe de operações da Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops), Dalmir Caixeta, explica que esse tipo de permissão não se aplica quando o trabalho é feito em via pública. ;Se eles atuarem em vias públicas, precisam de cadastro na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) para participarem do curso de capacitação e serem habilitados.;
De acordo com Caixeta, as ações de fiscalização da Seops vão continuar na área. ;O guardador ilegal tende a atuar onde tem mais fluxo de pessoas. Com certeza vão ocorrer operações para reprimir o exercício ilegal da profissão;, diz.
Dicas de segurança
; Não deixar objetos de valor dentro dos carros, porque isso chama a atenção dos criminosos
; Colocar dispositivos de segurança, como alarmes
; Estacionar os carros em locais iluminados
; Se houver algum movimento estranho próximo ao carro, chamar a polícia
Fonte: Polícia Militar