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Cidades

Novidades na Farmácia de Alto Custo começam a valer a partir de hoje

Para tentar reduzir as reclamações de pacientes, a Secretaria de Saúde vai mudar a partir de hoje seu sistema de distribuição de medicamentos de alto custo. O governo vai informatizar o setor para melhorar a gestão dos estoques. O objetivo é identificar as necessidades futuras, antes mesmo de os remédios sumirem das prateleiras. O GDF também vai recadastrar os pacientes que dependem da Farmácia de Alto Custo para melhorar o atendimento.

Carlos Alberto Rosa, 55 anos, preside a Associação dos Renais de Brasília. Ele precisa tomar diariamente medicamentos e suplementos alimentares para repor os nutrientes perdidos durante as sessões de hemodiálise. Ele reclama da dificuldade em conseguir os remédios de alto custo distribuídos pelo governo. ;Tenho que tomar quatro medicações por dia e todo mês preciso enfrentar filas e outras dificuldades, como a falta de produtos;, conta Carlos. Ele espera que essa rotina mude com a informatização dos estoques.

A Secretaria de Saúde vai recadastrar os 23 mil beneficiados. O diretor de Assistência Farmacêutica da pasta, Paulo Andrade, informou que as mudanças vão ocorrer conforme a ida do paciente ao local. ;Os documentos que trazem a categoria da enfermidade, a medicação, a solicitação do tipo de tratamento, entre outros dados, serão informatizados. Caso falte alguma informação em especial, o paciente será avisado durante a confirmação dos dados;, explica Paulo.

O novo sistema não trouxe esperanças para a dona de casa Maria da Conceição, que há 10 anos fez um transplante de rim. ;A iniciativa é muito boa, mas não acredito que resolva o problema. Há um bom tempo, eu vivo essa novela de perder o meu dia para buscar três remédios, isso quando não volto para casa sem a medicação;, desabafa. Noriporum é uma das medicações utilizadas por Maria da Conceição. A caixa vem com cinco ampolas e custa, em média, R$ 70. A alfaepoetina, utilizada após a sessão de hemodiálise para evitar que o paciente tenha anemia, custa R$ 300.

Recentemente, o governo criou a Secretaria Extraordinária de Logística e Infraestrutura da Saúde. A ideia é que a pasta seja um braço da Secretaria de Saúde para agilizar a compra de medicamentos e material hospitalar. Antes, tudo tinha que passar pelas licitações da central única de compras da Secretaria de Saúde. Uma das medidas a serem tomadas para acelerar processos de compra é descentralização das regionais de saúde. (AO)