Jornal Correio Braziliense

Cidades

Morte em cirurgia leva a mudanças nas regras de funcionamento das clínicas de estética

Com o objetivo de evitar novas mortes por cirurgias plásticas no Distrito Federal, o Conselho Regional de Medicina, a Vigilância Sanitária e o Ministério Público do DF assinaram termo de compromisso que estabelece novas regras para o funcionamento de clínicas de estética na capital. A partir desta sexta-feira (16/7), tanto as clínicas quanto os procedimentos cirúrgicos serão classificados em quatro tipos.

No primeiro tipo de estabelecimento serão realizadas apenas cirurgias pequenas. Já no quarto, serão feitos os procedimentos de maior porte, que deverão ocorrer apenas em hospitais que tenham Unidade Intensiva de Tratamento (UTI).

As clínicas até o tipo três não precisam ter UTI, mas deverão atender alguns requisitos, como contar com um hospital de apoio a 10km de distância. Além disso, caso haja complicação durante o procedimento cirúrgico, a ambulância de apoio não pode demorar mais de 20 minutos quando for solicitada.

Uma lipospiração, por exemplo, que vá retirar até 300ml poderá ser feita em clínicas até o tipo 3. Se passar do número, apenas em hospitais com UTI. Para o promotor de Justiça Diaulas da Costa Ribeiro, a iniciativa é importante para evitar mais mortes nos centro cirurgicos. "A medicina no DF tem que sair das páginas policiais e voltar a ocupar as editorias de saúde", diz.

Caso recente

Há uma semana, a tesoureira Marinalda Araújo Neves Ribeiro deu entrada na Clínica Magna, localizada no Edifício das Clínicas, na Asa Norte, às 8h30. O procedimento cirúrgico começou às 9h e, por volta de 10h10, ela sofreu uma redução dos batimentos cardíacos. Os médicos tentaram ressucitá-la por uma hora e meia, mas por volta das 12h a mulher foi declarada morta.

Segundo o gerente comercial Sélio Ribeiro, marido da vítima, ela faria uma lipoaspiração nos culotes e no abdômen, além da retirada de excesso de pele nos seios e de uma reparação nas pálpebras.