Uma quadrilha pode ser a responsável por deixar comerciantes da Asa Norte amedrontados. Em cinco dias, pelo menos três deles foram vítimas de assaltos. Os proprietários de loja acreditam que os autores dos crimes sejam do mesmo grupo. Na noite de quarta-feira, 15 frequentadores de uma pizzaria ficaram em poder de criminosos durante alguns minutos. Na semana passada, foi a vez de um restaurante, que teve de entregar o dinheiro da arrecadação do dia para os bandidos.
O Correio conversou com uma servidora pública que estava na Pizzaria Valentina, situada na 214 Norte. O estabelecimento foi assaltado na quarta-feira. Pelos menos três homens encapuzados invadiram o lugar e levaram dinheiro e objetos pessoais dos clientes. Segundo a servidora de um tribunal do Distrito Federal, os bandidos estavam armados, trancaram os clientes em uma sala da loja e fizeram um limpa. ;Eles levaram meu celular, cartão e dinheiro;, disse ela.
Na semana passada, um grupo também entrou em um restaurante da 302 Norte, rendeu os frequentadores ; segundo os funcionários, 15 pessoas ; e levou toda a arrecadação do caixa. O gerente do Picanhas do Sul disse que era um bando fortemente armado. ;Tinha umas 20 pessoas aqui. Eles entraram e nos fizeram reféns. Levaram aproximadamente R$ 1,1 mil que estavam no caixa;, disse Raimundo Fraco Moreira.
Segundo Raimundo, assaltos ocorrem com frequência na quadra onde fica o estabelecimento para o qual ele trabalha. ;Aqui, todas as semanas há assaltos. Já procuramos a polícia, tanto a Civil quanto a Militar, mas, até agora, não houve nenhuma melhoria para a gente;, reclamou o gerente. Ele disse, ainda, que não vê policiais na quadra. ;Antes, tínhamos a presença de dois PMs aqui. Agora, não os vemos mais;, afirmou.
Dinheiro do bandido
O proprietário de um bar na 304 Norte trabalha há 10 anos no local e conta que já está acostumado com os assaltos. ;Aqui, a gente sempre tem de deixar um dinheiro no caixa para entregar de mão beijada aos bandidos;, lamentou. O dono, que pediu para não se identificar, contou que, em dezembro passado, sofreu quatro assaltos. ;A gente cansa de registrar ocorrência na polícia e não resolver nada;, disse o comerciante.
A polícia informa que as ações empreendidas pela corporação nos comércios do Plano Piloto são feitas a partir das estatísticas. Estas, por sua vez, são baseados no número de ocorrências registradas em uma mesmo localidade. O Correio procurou a delegada responsável pela região, Mônica Ferreira, à tarde, mas ela estava em reunião e não conversou com a reportagem. Nossa equipe retornou, à noite, e a mesma policial havia saído para realizar uma diligência. A reportagem deixou recado, mas não houve retorno por parte da policial.