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Qualidade do ensino avança no DF

O DF garantiu pela segunda vez boa colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 1ª a 8º séries. No ensino médio, no entanto, a nota recuou

Pela segunda vez, o Distrito Federal se sai bem nas séries iniciais (1; a 4;) do ensino fundamental e ocupa a primeira posição no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).Com aumento de 12%, a nota passou de 5, em 2007, para 5,6 em 2009 ; o mesmo índice dos mineiros, que cresceram 19%. Entre as turmas de 5; a 8; séries, o DF subiu uma posição e ficou atrás apenas de Santa Catarina e São Paulo, com taxa de 4,4 ; nota 10% mais alta que a de 2007. O ensino médio, no entanto, foi o calo da educação local. Além de cair do primeiro para o quarto lugar, a nota baixou de 4,0, em 2007, para 3,8.

O cálculo do Ideb, que teve metas bienais fixadas a partir de 2005, leva em conta o aprendizado e a taxa de aprovação dos estudantes das redes pública e particular, de acordo com a Prova Brasil, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Censo Escolar. Na classificação por escolas, porém, somente é divulgada a lista das instituições da rede pública, de 1; a 8; séries do ensino fundamental, já que todas participam da Prova Brasil. As escolas particulares e o ensino médio de ambas as redes são avaliados pelo Saeb, por amostragem. Por isso, não há como obter a classificação individual.

Em geral, a qualidade do ensino público do DF apresenta avanços. Na etapa de 1; a 4; séries, a Escola Classe 106 Norte saltou da 11; para a 1; posição e apresentou aumento de 18% na nota (de 6 para 7,1). O Colégio Militar Dom Pedro II saiu do 6; para o 3; lugar, com 0,5 ponto a mais do que em 2007. Um dos maiores exemplos de superação é a Escola Classe 111 Sul, que deixou a 185; posição para ocupar a 7;, com um aumento de 2,1 ponto (de 4,6 para 6,7). Apesar disso, 49 (15%) das 332 escolas que tiveram o Ideb 2009 calculado ficaram abaixo da meta estabelecida para o ano passado no DF, que era de 4,8. Ao mesmo tempo, 15 escolas (4,5%) já superaram a projeção estadual para 2021, estimada em 6,5.

Entre as escolas públicas de 5; a 8; série, também foi constatada evolução; porém, cinco das 10 primeiras colocadas não apresentam nota no Ideb 2007, portanto, não há como comparar os índices. O limite mínimo previsto para a rede pública do DF na etapa (3,4) não foi atingido por 28 (18%) das 157 instituições participantes do Ideb 2009. Por outro lado, quatro escolas já atingiram a meta para 2021 (5,3): CEF Santos Dumont, Escola Classe Osório Bacchin, CEF Vargem Bonita e Colégio Militar Dom Pedro II ; único a superá-la, com índice 6,1, ocupando o 1; lugar.

Para Remi Castioni, professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e especialista em políticas públicas, a maior contribuição do Ideb é revelar as diferenças, além de permitir o acompanhamento dos processos de melhoria. ;O índice chama a atenção para avaliarmos por que determinadas escolas da mesma região, com alunos da mesma classe social e com os mesmos professores têm resultados diferentes;, destaca.

Quanto às escolas que não atingiram a meta, o especialista reforça a necessidade de uma ação para identificar os problemas. ;As escolas têm que se debruçar sobre o que aconteceu, sem se penalizar nem tomar a nota como verdade absoluta. Algo precisa ser feito, como reunir o corpo docente, os pais e os alunos para debater no conselho escolar.; Castioni afirma que o desempenho inferior nas séries finais e no ensino médio se dá pelo aumento da distorção idade-série, pela evasão escolar e pela repetência. ;Tudo isso atrapalha o fluxo e condiciona a nota.;

Ao todo, 21 das 353 escolas de séries iniciais e 17 das 174 de séries finais do ensino fundamental ; entre elas, o Colégio Militar de Brasília, primeiro lugar no Ideb 2007 ; não tiveram o Ideb 2009 calculado por estarem fora dos requisitos exigidos pelo Ministério da Educação.

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