Eles provavelmente tomaram posse no dia primeiro de janeiro de 2007 com a expectativa de chegar na votação seguinte, quatro anos depois, em condições de ampliar o eleitorado ou até mesmo buscar um cargo mais elevado na hierarquia política. Mas quatro deputados distritais ; Rogério Ulysses (sem partido), Eurides Brito (PMDB), Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC) ; chegaram ontem, prazo final para o registro das candidaturas, vetados para novas disputas. Cristiano Araújo (PTB) está ameaçado pela Lei da Ficha Limpa e Pedro Passos (PMDB), que renunciou ao mandato em 2007, sustenta motivos pessoais para suspender seus projetos na vida pública.
Enquanto isso, o deputado Geraldo Naves (DEM) conseguiu na Justiça o direito de retornar à legenda e concorrer a um novo mandato na Câmara Legislativa. O nome dele consta da nominata de candidatos a deputado distrital registrada ontem pelo Democratas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). Naves passou quase 60 dias preso numa ala federal do Complexo Penitenciário da Papuda, denunciado pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge como um dos intermediários de suposta proposta de suborno ao jornalista Edson Sombra, como forma de alterar provas do inquérito 650, em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para favorecer o ex-governador José Roberto Arruda.
Apesar da ação penal, Naves não deve ser ameaçado pela Lei da Ficha Limpa, uma vez que não tem condenações de órgãos colegiados da Justiça. Está em situação mais tranquila que Cristiano Araújo. Condenado em 2008 pelo TRE-DF por abuso de poder econômico durante a campanha de 2006, o distrital petebista entrou ontem com pedido de aceleração do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do recurso contra esta condenação que valeria até 2009. A nova lei ampliou de três para oito anos as penas por crime eleitoral. O presidente do TSE, Ricardo Lewandoswki, negou o pedido. O PTB vai levar a discussão até o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a candidatura de Cristiano.
Caso tivesse se inscrito na disputa, Pedro Passos também teria o registro impugnado pelo Ministério Público Eleitoral. Ele está em situação parecida à do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Em episódios diferentes, os dois renunciaram ao mandato em 2007 para evitar um processo de cassação de mandato. A Lei da Ficha Limpa estabelece a inelegibilidade para quem abriu mão do cargo quando já havia uma representação por descumprimento da Constituição ou da Lei Orgânica protocolada contra si. Passos(1) afirma que conversou com vários especialistas, inclusive ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal (STF), e teve um parecer de que a candidatura seria confirmada caso optasse pela corrida eleitoral. Mesmo assim, preferiu sair de cena.
Prudente e Brunelli não poderão concorrer, mas ambos tentarão emplacar seus sucessores. O deputado das meias tenta eleger o ex-assessor William de Almeida (DEM). Brunelli, que antes da crise da Caixa de Pandora trabalhava para eleger-se senador, deve despejar a estrutura de campanha na candidatura de sua irmã, a Pastora Lilian Brunelli (PTdoB).
1 - Mágoa
Em nota divulgada ontem, o ex-deputado Pedro Passos afirma que depois de pensar muito chegou à seguinte conclusão: ;Mesmo sem nenhuma restrição que nos impedisse de disputar esta eleição, já com meu nome aprovado nas convenções do PMDB, com total chance de ganhar, sinto-me na obrigação de ser extremamente sincero e verdadeiro com todos e dizer que ainda não estou em condições pessoais de retornar à vida pública neste momento; .