Os peritos criminais e os médicos legistas de Goiás resolveram aderir, na quinta-feira (24/06), à greve da Polícia Civil do estado, decretada desde 17 de maio. De acordo com o presidente da Associação dos Peritos em Criminalística de Goiás (Aspec), Carlos Kléber da Silva Garcia, a categoria decidiu pela paralisação após o governo oferecer reajuste salarial para a Polícia Militar.
O presidente da Aspec disse que a categoria está com o piso salarial congelado desde 2006. "O salário de um perito, em 2006, podia ser comparado com o de um major. Mas com esse reajuste oferecido pelo governo, o nosso salário equivale a metade do salário deles", lamenta. Carlos justifica que os peritos só aderiram à greve por considerarem essa nova realidade abusiva. "Não tivemos outra alternativa, senão aderir a mobilização", afirma.
De acordo com Carlos, a categoria cumpre a lei e 50% do efetivo continua trabalhando. "Estamos atendendo casos de urgência, de forma precária, mas estamos. Porque antes nós já tinhamos o problema do quantitativo que é pequeno, aguardamos a nomeação dos aprovados no último concurso", explica.
O Instituto de Medicina Legal (IML) de Goiás continua atendendo perícias externas com vítimas de mortes violentas, perícias internas de flagrantes e exames crimes sexuais, estupro e atentado ao pudor.
Segundo o presidente da Associação, os profissionais esperam que o empasse possa ser resolvido o mais rápido possível. "A expectativa é que termine logo. Não é para nós, para a sociedade e nem para o governo. Mas esperamos uma proposta. Sem proposta iremos continuar com os serviços paralisados", afirma.
Demora
Sobre o atraso no recolhimento e atendimento de vítimas, Carlos Garcia explica que 50% do efetivo funciona, entretanto, o quantitativo da categoria é pequeno e isso atrasa a realização dos trabalhos. "Essa questão da perícia causa uma comoção social muito grande, por isso, continuamos a atender mesmo que um pouco mais lento", finaliza.
Instituto de Medicina Legal
De acordo com o IML de Luziânia, a greve foi aderirada parcialmente, pois o recolhimento de corpos está sendo feito, e apenas a necropsia não é realizada. Já no IML de Formosa, o órgão garantiu que os serviços continuam normalizados.