Os rodoviários decidem hoje em assembleia no Conic, às 9h, os rumos da greve. A tendência, segundo o sindicato da categoria, é que se confime a paralisação anunciada para esta segunda-feira. Com isso, os brasilienses devem se preparar para enfrentar ainda mais dificuldades na hora de usar o transporte público. No encontro de hoje, os motoristas e cobradores tentam encontrar um meio de driblar a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de levar às ruas 60% da frota de ônibus e não apenas 30% como quer o sindicato.
O percentual exigido pela Justiça é considerado abusivo pelos sindicalistas. ;Rodar com 60% não é greve;, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório. Nas últimas semanas, quem precisou dos ônibus para se locomover teve demonstrações do tumulto que a greve pode causar.
Dia 10, os rodoviários deram o primeiro indicativo com uma paralisação surpresa, no início da manhã, quando fizeram a primeira assembleia. O ato deixou mais de 600 mil sem transporte, provocou tumulto e protestos da população. Três dias depois, os rodoviários tentaram chamar a atenção dos donos de empresas de ônibus ao liberar a catraca para os passageiros viajarem de graça. Mas a categoria foramada por 9 mil profissionais dividiu-se, nem todos aderiram e o movimento fracassou.
Na semana seguinte, a frota rodou com apenas 75% da capacidade em horários de pico, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários. O número representa 599 coletivos a menos para a população entre as 5h30 e as 7h30 e das 16h30 às 19h. O resultado foram filas enormes nos terminais e coletivos mais cheios do que o comum.
Reajuste
A negociação com o sindicato patronal está paralisada. Os empresários se recusam a conceder os benefícios exigidos pelos rodoviários sem o aumento de 28% no preço da tarifa. O governo, por sua vez, afirmou que não vai intervir na questão e não fala em alterar o valor das passagens.